A HISTÓRIA DE RAQUEL
Raquel tentava com custo chegar até a ala principal da grande casa, seus olhos arregalados lhe mostravam que já assistira e vira as mais medonhas situações, pelo poder, pela ganância.
A criada Míriam que saía da ala destinada as visitas, viu quando a moça chegou, manchada com um sangue, que não era só seu, mas de todos aqueles que vira morrer nas prisões fétidas.
Raquel tentara ser mais que uma moça rica, tentara ser grande em humildade.
À nove dias caminhara até Jerusalém para ouvir o Messias e agora se arrastava para chegar até a criada.
- Senhora Raquel, como aqui chegaste?
- Com Jesus Míriam. Com ele em meu coração, em minha vida.
- Não podes aqui ficar, vosso pai foi rude e diz que a senhora morreu.
- E vim aqui, apenas para morrer, vê o sangue que sai do meu corpo, é o mesmo que manchou a mão de meu pai, e agora morrerei aqui.
- Senhora Raquel, quero ajudá-la.
- Não Míriam. Deixe-me morrer. A morte é a justiça que em vida os homens não carregam.
- O que posso fazer por vós que tanto fizeste por mim?
- Conte minha história, e onde for mostre às pessoas que os Deuses nos abandonaram, mas Jesus liberta e salva, mantenha-me viva e leve a esperança de dias melhores. Faça por mim e com certeza, cumprirá vossa missão.
Raquel tinha a fala lenta e a respiração ofegante. Com a cabeça nos braços da criada Míriam, Raquel fechou os olhos, mas Míriam a faria renascer a cada instante que revelasse a sua história.
Míriam levou o corpo da jovem nobre até o salão, e lá a deixou. Em seguida deixou a grande casa e andou pela Judéia, por Jerusalém, até chegar a Galiléia.
Ali encontrou Onofre, um velho que sentado contava histórias de Reis e Rainhas, Faraós e na verdade sua infinidade de mulheres.
- O que quer mulher? uma história? Qual preferes? Do messias, ou de Afrodite e Espartacus?.
Raquel tentava com custo chegar até a ala principal da grande casa, seus olhos arregalados lhe mostravam que já assistira e vira as mais medonhas situações, pelo poder, pela ganância.
A criada Míriam que saía da ala destinada as visitas, viu quando a moça chegou, manchada com um sangue, que não era só seu, mas de todos aqueles que vira morrer nas prisões fétidas.
Raquel tentara ser mais que uma moça rica, tentara ser grande em humildade.
À nove dias caminhara até Jerusalém para ouvir o Messias e agora se arrastava para chegar até a criada.
- Senhora Raquel, como aqui chegaste?
- Com Jesus Míriam. Com ele em meu coração, em minha vida.
- Não podes aqui ficar, vosso pai foi rude e diz que a senhora morreu.
- E vim aqui, apenas para morrer, vê o sangue que sai do meu corpo, é o mesmo que manchou a mão de meu pai, e agora morrerei aqui.
- Senhora Raquel, quero ajudá-la.
- Não Míriam. Deixe-me morrer. A morte é a justiça que em vida os homens não carregam.
- O que posso fazer por vós que tanto fizeste por mim?
- Conte minha história, e onde for mostre às pessoas que os Deuses nos abandonaram, mas Jesus liberta e salva, mantenha-me viva e leve a esperança de dias melhores. Faça por mim e com certeza, cumprirá vossa missão.
Raquel tinha a fala lenta e a respiração ofegante. Com a cabeça nos braços da criada Míriam, Raquel fechou os olhos, mas Míriam a faria renascer a cada instante que revelasse a sua história.
Míriam levou o corpo da jovem nobre até o salão, e lá a deixou. Em seguida deixou a grande casa e andou pela Judéia, por Jerusalém, até chegar a Galiléia.
Ali encontrou Onofre, um velho que sentado contava histórias de Reis e Rainhas, Faraós e na verdade sua infinidade de mulheres.
- O que quer mulher? uma história? Qual preferes? Do messias, ou de Afrodite e Espartacus?.
- Não venho aqui ouvir uma história, venho lhe contar uma.
- Sei de todas, não há história alguma que eu não saiba.
- Conhece a história de Raquel?
- Sim. Ou melhor um pouco.
Então lhe contarei.
- Sei de todas, não há história alguma que eu não saiba.
- Conhece a história de Raquel?
- Sim. Ou melhor um pouco.
Então lhe contarei.
CAPÍTULO I
Jerusalém conhecera o Messias, mas poucos sabem de Raquel. Nascida nas margens do rio Nilo, na casa do poderoso Faraó Enéro, segundo na sucessão do trono do Egito.
Raquel era filha da terceira mulher do Faraó, o nome de sua mãe: Lavínia.
Lavínia era doce e bela, fora a mulher que Enéro mais amou, por ela fazia nascer água no deserto e chuva onde a seca imperava.
Nas cheias do Nilo, as riquezas vinham aos milhares e o Faraó a presenteava com amor.
A primeira mulher de Enéro se irritava com tamanho amor, e eu vi muitas vezes ela querer dar um fim na doce Lavínia.
Naquela manhã a casa do Faraó ouviria o grande Jelário, vindo da Macedônia trazia o filho Helvídio, e era desejo de todos que ele desposasse a bela e doce Raquel.
Raquel contava com 9 anos e em seu quarto me disse:
- Não quero, boa Míriam. Sou tão nova para me casar.
- Seu pai sabe disso, e só espera uma aproximação, se comprometerão apenas.
Raquel era uma boa menina, era educada e humilde, não tinha olhos firmes, nem expressão de quem lutava no olhar. Tinha um jeito alegre de ser, sorria muito, e logo pensava eu, ela se acostumaria, seria uma das mulheres de Helvídio, talvez a primeira delas.
Mas, será que ela se acostumaria a ser casada e entenderia o que o pai gostaria.
Lavínia não tinha direito algum de opinar sobre o futuro da filha.
Eufrázia, a primeira mulher do Faraó era má, nunca conseguira dar filhos ao grande Enéro e a segunda esposa, fugira com um comerciante de pele de animais.
Por isso, Raquel tinha tudo.
Naquele dia, me lembro que ela colocou uma túnica branca e amarrou seu cinto dourado. Ela desceu belíssima, nos cabelos claros, um pente dourado, sorria. Raquel era assim.
Ela desceu as escadas e Helvídio, que contava 12 ou 13 anos, lhe olhou com carinho.
Pensei que talvez o enlace a fizesse feliz. Enganei-me.
No dia marcado, Helvídio veio para a casa afim de finalizar os acordos do casamento.
Naquele dia Raquel saíra pela manhã com a criada Eva, e não voltariam cedo.
A cidade estava cheia, pessoas de todas as partes do Egito se juntavam para esperarem o Messias.
Raquel era transportada em sua cadeira e viu a multidão que aguardava o Messias.
Ele falaria ao povo na montanha próxima e com ele estariam os seus apóstolos.
Raquel naquele instante pediu:
- Levem-me para a montanha.
- Não pode ir com esses trajes, disse Eva.
- Dê-me um capuz.
Eva lhe estendeu o seu e assim ela foi até a montanha.
Esperou e já se fazia noite, quando como um Deus, o Messias, de nome Jesus Nazareno apareceu estendendo as mãos para o povo que se acomodava para ouvi-lo.
-“ Feliz daqueles que carregam a fé, bem aventurados são aqueles que crêem em Deus. Dividi o pão com o próximo e nesse momento encontrarão a paz.”
Raquel percebeu nele o olhar límpido, puro, diferente dos Deuses que sua família idolatrava.
Ele não levava ouro, nem vestes bonitas e nem sandálias feitas com o bom couro. Tinha, isto sim uma túnica branca, tão limpa quanto a sua, nos pés a sandália surrada de couro, nada de ouro, nem mesmo uma corrente. Tinha os cabelos longos e a barba cumprida.
Suas mãos se mexiam como se ele fosse um pássaro que libertaria todos os homens.
Ele falou à multidão e com suas mãos curou crianças, depois partiu com seus apóstolos.
Algumas pessoas ainda ficaram paradas olhando para o céu, como se ainda ouvissem o que Jesus dizia.
Outras iam se dispersando aliviadas, uma ainda dizia:
- Não acredito nesse Messias.
Raquel sabia de si, encontrara a paz nas poucas, mas grandes palavras do Messias.
Conduzida para casa, parecia levitar ou voar, não esquecera uma só palavra de sua pregação, não falara em sacrifício, nem tampouco em ouro e poder.
Falara dos homens, de como deveriam ser para serem salvos da imundice das camadas do Egito.
No dia marcado, Helvídio veio para a casa afim de finalizar os acordos do casamento.
Naquele dia Raquel saíra pela manhã com a criada Eva, e não voltariam cedo.
A cidade estava cheia, pessoas de todas as partes do Egito se juntavam para esperarem o Messias.
Raquel era transportada em sua cadeira e viu a multidão que aguardava o Messias.
Ele falaria ao povo na montanha próxima e com ele estariam os seus apóstolos.
Raquel naquele instante pediu:
- Levem-me para a montanha.
- Não pode ir com esses trajes, disse Eva.
- Dê-me um capuz.
Eva lhe estendeu o seu e assim ela foi até a montanha.
Esperou e já se fazia noite, quando como um Deus, o Messias, de nome Jesus Nazareno apareceu estendendo as mãos para o povo que se acomodava para ouvi-lo.
-“ Feliz daqueles que carregam a fé, bem aventurados são aqueles que crêem em Deus. Dividi o pão com o próximo e nesse momento encontrarão a paz.”
Raquel percebeu nele o olhar límpido, puro, diferente dos Deuses que sua família idolatrava.
Ele não levava ouro, nem vestes bonitas e nem sandálias feitas com o bom couro. Tinha, isto sim uma túnica branca, tão limpa quanto a sua, nos pés a sandália surrada de couro, nada de ouro, nem mesmo uma corrente. Tinha os cabelos longos e a barba cumprida.
Suas mãos se mexiam como se ele fosse um pássaro que libertaria todos os homens.
Ele falou à multidão e com suas mãos curou crianças, depois partiu com seus apóstolos.
Algumas pessoas ainda ficaram paradas olhando para o céu, como se ainda ouvissem o que Jesus dizia.
Outras iam se dispersando aliviadas, uma ainda dizia:
- Não acredito nesse Messias.
Raquel sabia de si, encontrara a paz nas poucas, mas grandes palavras do Messias.
Conduzida para casa, parecia levitar ou voar, não esquecera uma só palavra de sua pregação, não falara em sacrifício, nem tampouco em ouro e poder.
Falara dos homens, de como deveriam ser para serem salvos da imundice das camadas do Egito.
Raquel entrou na casa pensando em Jesus de Nazaré e de repente os Deuses
pareciam vazios.
Seu pai a esperava com impaciência e assim que ela entrou perguntou:
- Onde estava você Raquel? A noite caiu, Helvídio aqui já esteve e eu não queria aqui estar. Passei vergonha.
- Pai, fui ouvir o Messias Jesus de Nazaré que aqui está.
Enéro tornou-se avermelhado e com as mãos na mesa bateu.
- Que vergonha, minha filha aderindo ao cristianismo, acreditando em um Deus homem, um homem pobre que vende ilusões aos pobres, mutilados e leprosos. Não creio que me traíste.
- Nada fiz, pai. Só ouvi a palavra do Messias.
- Cale-se gritou ele, segurando nos braços da pequena criança.
- Se casará tão já, honrará os Deuses e obedecerá seu marido. Criança impura. Esquecerá esse Jesus dos pobres que vive acompanhado de leprosos e mutilados. Assim será.
- Sim Senhor.
Naquela noite Raquel não dormiu. A pequena impura como o pai a chamou não chorou, mas também não sonhou.
Aos 14 anos se casaria, e então se mudaria para a casa que Helvídio ganhara do pai.
Me lembro que ela olhou a lua e ouvira os murmúrios vindo das prisões subterrâneas, alguém gritava, no fundo muitos assim faziam, outros talvez não tivessem fôlego, mas apenas coração, que sofria calado.
- Raquel, deves aceitar vossa vida, disse eu tentando ajudá-la, mas lá estava ela calada. Pensava no Messias, na sua pureza, na beleza de sua alma.
Naquele dia nascia em Raquel o desejo de segui-lo, mesmo que de longe e ajudar a todos, talvez esse dia a condenasse.
Na manhã seguinte, percebi que Raquel estava longe, calada, não mais sorria, parecia ouvir algo.
Enéro que a custo tentara esquecer a tragédia passada disse:
- Lavínia, disseste a sua filha quando será o casamento?
- Não senhor
Eufrázia logo disse:
- Nas vésperas de seus quinze anos, Raquel partirá para a vida de casada.
Notei que Raquel parecia não ouvi-los, e a mãe perguntou docemente:
- Sente-se bem minha filha ?
- Sim, mãe, muito bem. Passe-me o pão.
Seu pai a esperava com impaciência e assim que ela entrou perguntou:
- Onde estava você Raquel? A noite caiu, Helvídio aqui já esteve e eu não queria aqui estar. Passei vergonha.
- Pai, fui ouvir o Messias Jesus de Nazaré que aqui está.
Enéro tornou-se avermelhado e com as mãos na mesa bateu.
- Que vergonha, minha filha aderindo ao cristianismo, acreditando em um Deus homem, um homem pobre que vende ilusões aos pobres, mutilados e leprosos. Não creio que me traíste.
- Nada fiz, pai. Só ouvi a palavra do Messias.
- Cale-se gritou ele, segurando nos braços da pequena criança.
- Se casará tão já, honrará os Deuses e obedecerá seu marido. Criança impura. Esquecerá esse Jesus dos pobres que vive acompanhado de leprosos e mutilados. Assim será.
- Sim Senhor.
Naquela noite Raquel não dormiu. A pequena impura como o pai a chamou não chorou, mas também não sonhou.
Aos 14 anos se casaria, e então se mudaria para a casa que Helvídio ganhara do pai.
Me lembro que ela olhou a lua e ouvira os murmúrios vindo das prisões subterrâneas, alguém gritava, no fundo muitos assim faziam, outros talvez não tivessem fôlego, mas apenas coração, que sofria calado.
- Raquel, deves aceitar vossa vida, disse eu tentando ajudá-la, mas lá estava ela calada. Pensava no Messias, na sua pureza, na beleza de sua alma.
Naquele dia nascia em Raquel o desejo de segui-lo, mesmo que de longe e ajudar a todos, talvez esse dia a condenasse.
Na manhã seguinte, percebi que Raquel estava longe, calada, não mais sorria, parecia ouvir algo.
Enéro que a custo tentara esquecer a tragédia passada disse:
- Lavínia, disseste a sua filha quando será o casamento?
- Não senhor
Eufrázia logo disse:
- Nas vésperas de seus quinze anos, Raquel partirá para a vida de casada.
Notei que Raquel parecia não ouvi-los, e a mãe perguntou docemente:
- Sente-se bem minha filha ?
- Sim, mãe, muito bem. Passe-me o pão.
Lavínia assim o fez e Enéro notando a expressão da moça irritou-se.
- Para a quarto Raquel. Conhecerás a lição.
Eufrázia sorriu e Lavínia calma disse:
- Senhor, não a machuque.
- Cara Lavínia, ele esteve em pecado, em erro, e sonha com tal ocasião.
Naquela manhã, Raquel levou duas chicotadas, como se fosse uma escrava. Foi a única vez que ele a tocou, a primeira e a última.
Por dois dias ela ficou sem comida, mas nada adiantou. Raquel assistia pelas janelas o Messias abraçar a multidão e seus discursos eram cheios de amor.
Tranquem as janelas.
E assim fizeram, trancaram janelas e pregos foram colocados para que ela não pudesse alcançar as janelas.
Nos ouvidos colocaram um líquido quente com algodão. Nunca vi tamanha tortura, percebi que não adiantaria.
Então naquele dia percebi que só a deteriam se arrancassem sua lembrança.
Ela ouvia o Messias através da recordação daquela noite.
Ao fim de 17 dias, fui eu mesma libertá-la.
Ainda tinha nos ouvidos o algodão, os pés estavam ensangüentados, os pregos lhe abriram feridas na sola dos pés. Percebi que ela fora amarrada na cama e só fora solta porque Lavínia ameaçou se matar, caso ele continuasse a tortura.
- Estás bem criança Raquel ?
Raquel estava pálida, mas me deu um sorriso tão lindo, que nem mesmo quando meu filho nasceu, vi tamanho sorriso.
O pai chorava pela filha, dizia que ela se contaminara com a pobreza.
- Ela sempre foi assim, pobre, disse Eufrázia. Sempre nos obedeceu e teve tudo que uma criança gostaria. Depois desse Jesus, iludira-se.
Realmente os dias que se seguiram em nada mudaram. As grades ainda estavam em suas janelas, mas ela felizmente não estava mais presa por grossas correntes.
Naquela noite ouvira a palavra de Jesus, talvez em tom alto demais ou talvez tão baixo só para ela ouvir:
- “Liberte-se, para libertar”.
- Para a quarto Raquel. Conhecerás a lição.
Eufrázia sorriu e Lavínia calma disse:
- Senhor, não a machuque.
- Cara Lavínia, ele esteve em pecado, em erro, e sonha com tal ocasião.
Naquela manhã, Raquel levou duas chicotadas, como se fosse uma escrava. Foi a única vez que ele a tocou, a primeira e a última.
Por dois dias ela ficou sem comida, mas nada adiantou. Raquel assistia pelas janelas o Messias abraçar a multidão e seus discursos eram cheios de amor.
Tranquem as janelas.
E assim fizeram, trancaram janelas e pregos foram colocados para que ela não pudesse alcançar as janelas.
Nos ouvidos colocaram um líquido quente com algodão. Nunca vi tamanha tortura, percebi que não adiantaria.
Então naquele dia percebi que só a deteriam se arrancassem sua lembrança.
Ela ouvia o Messias através da recordação daquela noite.
Ao fim de 17 dias, fui eu mesma libertá-la.
Ainda tinha nos ouvidos o algodão, os pés estavam ensangüentados, os pregos lhe abriram feridas na sola dos pés. Percebi que ela fora amarrada na cama e só fora solta porque Lavínia ameaçou se matar, caso ele continuasse a tortura.
- Estás bem criança Raquel ?
Raquel estava pálida, mas me deu um sorriso tão lindo, que nem mesmo quando meu filho nasceu, vi tamanho sorriso.
O pai chorava pela filha, dizia que ela se contaminara com a pobreza.
- Ela sempre foi assim, pobre, disse Eufrázia. Sempre nos obedeceu e teve tudo que uma criança gostaria. Depois desse Jesus, iludira-se.
Realmente os dias que se seguiram em nada mudaram. As grades ainda estavam em suas janelas, mas ela felizmente não estava mais presa por grossas correntes.
Naquela noite ouvira a palavra de Jesus, talvez em tom alto demais ou talvez tão baixo só para ela ouvir:
- “Liberte-se, para libertar”.
Raquel tentara aceitar sua situação para que pudesse ser solta e então
caminhar com o Messias.
Em 3 dias tirariam as grades da janela e ela já podia sair pela cidade.
O Messias ainda era o bem mais precioso, quando podia e às escondidas ouvia as suas palavras e abraçava as pessoas que com ele caminhavam, e isto enchia seu coração de alegria.
CAPITULO II
Mas o grande dia chegara e ela foi de encontro ao seu destino.
A cidade se encheu de grandes nomes e Helvídio lá estava junto com o pai e vários amigos.
Naquele dia a pequena Raquel fora assistir a disputa entre um homem e um leão no grande circo a pedido do embaixador Demóstenes, amigo de seu pai.
Ela tinha os olhos abertos, mas o coração fechado. Naquele dia três escravos foram sacrificados e aquilo lhe enojou.
Finalmente Helvídio a recebeu e assim Raquel se casou e foi para uma nova casa no Egito.
Ainda me lembro que ela sorria, não para nós, mas para o Messias.
E assim foi, chegaram ao Egito, o Messias passara por ela e lhe sorria, como se dissesse:
- Lhe confio meus pobres.
Naquele mesmo dia ela mudou. Eu diria que estava enfeitiçada, mas na verdade ela estava mais forte, embora o próprio pai pensasse o contrário.
E ela levou-me consigo, levou a boa Eva também e comprou uma escrava de nome Dolores.
A escrava parecia ser um pouco mais velha que ela e sofria com a sua condição.
Lembro-me quando Raquel a chamou e assim disse:
- Lhe compro para libertá-la. Sou contra a escravidão, somos todos servidores do bom Deus. Conheces o Messias, Dolores?
- Já o vi senhora
- Já o ouviste?
- Não senhora
- É a musica mais linda que ouvi, consegue entender? O bom Jesus de Nazaré é humilde e ama os pobres.
- Sei disso senhora.
- Dolores, espero que seja feliz aqui.
Raquel consumou o casamento naquele dia com tristeza, nesta mesma noite Helvídio fora rude e a machucara, Raquel não chorou e isso mais o irritava.
Em 3 dias tirariam as grades da janela e ela já podia sair pela cidade.
O Messias ainda era o bem mais precioso, quando podia e às escondidas ouvia as suas palavras e abraçava as pessoas que com ele caminhavam, e isto enchia seu coração de alegria.
CAPITULO II
Mas o grande dia chegara e ela foi de encontro ao seu destino.
A cidade se encheu de grandes nomes e Helvídio lá estava junto com o pai e vários amigos.
Naquele dia a pequena Raquel fora assistir a disputa entre um homem e um leão no grande circo a pedido do embaixador Demóstenes, amigo de seu pai.
Ela tinha os olhos abertos, mas o coração fechado. Naquele dia três escravos foram sacrificados e aquilo lhe enojou.
Finalmente Helvídio a recebeu e assim Raquel se casou e foi para uma nova casa no Egito.
Ainda me lembro que ela sorria, não para nós, mas para o Messias.
E assim foi, chegaram ao Egito, o Messias passara por ela e lhe sorria, como se dissesse:
- Lhe confio meus pobres.
Naquele mesmo dia ela mudou. Eu diria que estava enfeitiçada, mas na verdade ela estava mais forte, embora o próprio pai pensasse o contrário.
E ela levou-me consigo, levou a boa Eva também e comprou uma escrava de nome Dolores.
A escrava parecia ser um pouco mais velha que ela e sofria com a sua condição.
Lembro-me quando Raquel a chamou e assim disse:
- Lhe compro para libertá-la. Sou contra a escravidão, somos todos servidores do bom Deus. Conheces o Messias, Dolores?
- Já o vi senhora
- Já o ouviste?
- Não senhora
- É a musica mais linda que ouvi, consegue entender? O bom Jesus de Nazaré é humilde e ama os pobres.
- Sei disso senhora.
- Dolores, espero que seja feliz aqui.
Raquel consumou o casamento naquele dia com tristeza, nesta mesma noite Helvídio fora rude e a machucara, Raquel não chorou e isso mais o irritava.
Ele mostrou-se má pessoa e um marido ruim. Mas os meses foram passando,
um ano talvez, me lembro do dia Raquel adormecera e não pode ouvir os gritos
que eu e Eva ouvimos. Vinha do quarto de Dolores.
Helvídio a seviciara e a moça que por um momento chegou a pensar que seria feliz, viu a ilusão sumir.
Na manhã seguinte Dolores serviu a senhora e à Helvídio com o rosto machucado.
- O que há no seu rosto Dolores?
- Nada senhora.
Helvídio ainda sorriu e disse:
- Ela gostou da noite
Dolores saiu entre lágrimas e eu nunca vi tanto ódio nos olhos de Raquel, naquele dia ela atirou a mesa sobre ele e avançou esbofeteando-o.
Quem viu a doce Raquel diria que ela enlouquecera.
Era natural, nós escravas, sermos mulheres também dos nossos senhores. Mas o modo que ele debochou da moça e o modo como falou, fez com que a bela Raquel virasse um animal, como os leões que divertem o povo antes de devorar os escravos.
Me lembro que Helvídio revidou dando um murro, que Raquel foi atirada contra a parede e caiu no chão.
Eu quis esmurrá-lo também, e Eva, creio eu, também o quis machucar. Talvez se tivéssemos tido a coragem de Raquel, não teríamos sido a vida toda escravas.
Ela caiu desacordada, Helvídio, o pequeno meninote que a pouco tempo tinha entrado pela porta e olhado a menina com carinho, era o sonho agora de filho para pai.
O meninote que me fez encorajar Raquel parecia transformado, chutou ainda a barriga da pobre moça e deixou a casa.
Dolores, eu e Eva acudimos Raquel que perdia sangue. Nós a levamos ao banho e a água se avermelhou, pela minha experiência, sabia que Raquel perdera seu primeiro filho, filho este que deveria ser motivo de festa e alegria para os pais. Perdeu o bebe como uma escrava e eu mesmo perdi o meu e vi muitas outras perderem.
Os senhores dão e depois arrebentam seus filhos.
Raquel calada, não chorava, enquanto eu lhe dizia o que acreditava ser.
- A senhora perdeu o bebe, a senhora é tão nova, é uma criança.
- Criança impura, disse ela me olhando.
Helvídio a seviciara e a moça que por um momento chegou a pensar que seria feliz, viu a ilusão sumir.
Na manhã seguinte Dolores serviu a senhora e à Helvídio com o rosto machucado.
- O que há no seu rosto Dolores?
- Nada senhora.
Helvídio ainda sorriu e disse:
- Ela gostou da noite
Dolores saiu entre lágrimas e eu nunca vi tanto ódio nos olhos de Raquel, naquele dia ela atirou a mesa sobre ele e avançou esbofeteando-o.
Quem viu a doce Raquel diria que ela enlouquecera.
Era natural, nós escravas, sermos mulheres também dos nossos senhores. Mas o modo que ele debochou da moça e o modo como falou, fez com que a bela Raquel virasse um animal, como os leões que divertem o povo antes de devorar os escravos.
Me lembro que Helvídio revidou dando um murro, que Raquel foi atirada contra a parede e caiu no chão.
Eu quis esmurrá-lo também, e Eva, creio eu, também o quis machucar. Talvez se tivéssemos tido a coragem de Raquel, não teríamos sido a vida toda escravas.
Ela caiu desacordada, Helvídio, o pequeno meninote que a pouco tempo tinha entrado pela porta e olhado a menina com carinho, era o sonho agora de filho para pai.
O meninote que me fez encorajar Raquel parecia transformado, chutou ainda a barriga da pobre moça e deixou a casa.
Dolores, eu e Eva acudimos Raquel que perdia sangue. Nós a levamos ao banho e a água se avermelhou, pela minha experiência, sabia que Raquel perdera seu primeiro filho, filho este que deveria ser motivo de festa e alegria para os pais. Perdeu o bebe como uma escrava e eu mesmo perdi o meu e vi muitas outras perderem.
Os senhores dão e depois arrebentam seus filhos.
Raquel calada, não chorava, enquanto eu lhe dizia o que acreditava ser.
- A senhora perdeu o bebe, a senhora é tão nova, é uma criança.
- Criança impura, disse ela me olhando.
Para ela fora uma dor que jamais esqueceu, ouvir o pai lhe dizer aquilo
apenas por ter apreciado a palavra de um homem tão bom.
- Perdeste, mas poderá voltar a ter outro, disse eu tentando encorajá-la, mesmo surpresa porque nunca vi cena tão deprimente com uma filha de Faraó, pensei confesso em contar a senhora Lavínia, para que esta contasse ao Faraó, mas ele sempre daria razão a Helvídio, era ele que ela deveria amar e respeitar.
Naquela noite Raquel chamou Dolores e lhe disse como se sentisse culpa.
- Perdoe-me Dolores, fuja querida.
Dolores parecia meia quieta e boba demais, medrosa, mas naquele momento ela disse com uma firmeza que desconheci:
- Nunca a abandonarei senhora, e por sua vida, eu darei a minha.
Naquele momento eu conheci duas mulheres, boas, pacatas e conformadas se transformarem em grandes mulheres, e elas mal tinham começado tudo o que viriam a fazer, juntas como irmãs, unidas pela amizade.
CAPÍTULO III
Nunca mais Raquel tocou no assunto do bebe, em nenhum momento chorou ou lamentou.
Não olhava Helvídio com ódio, mas com asco, com pena e aquilo o atormentava.
Não se passara muito tempo desde o acontecido e em uma tarde Helvídio atacou Dolores novamente, ela se calou porque ouvira Raquel dizer:
- “O conformado pode agir melhor que aquele muito luta.”
De fato, Raquel não soube do acontecido, mas após seis meses de machucar Dolores e ela se calar Helvídio a deixou em paz.
Na verdade, ele era muito ruim, queria vê-la gritar e chorar, quando não mais conseguiu, resolveu deixá-la.
Raquel ainda era obrigada a visitar o marido em certas noites, e ela fazia como se isto não a abalasse. Mas quando voltava a seu quarto, tínhamos que nos banhar, ela vomitava como se houvesse dormido com um camelo.
Logo Raquel pode se libertar, Helvídio viajou à Macedônia para cuidar dos negócios do irmão mais velho que adoecera, e ela pudera fazer o que realmente desejava.
Sua condição não a ajudava muito, já que no ventre levava um pequenino.
- Perdeste, mas poderá voltar a ter outro, disse eu tentando encorajá-la, mesmo surpresa porque nunca vi cena tão deprimente com uma filha de Faraó, pensei confesso em contar a senhora Lavínia, para que esta contasse ao Faraó, mas ele sempre daria razão a Helvídio, era ele que ela deveria amar e respeitar.
Naquela noite Raquel chamou Dolores e lhe disse como se sentisse culpa.
- Perdoe-me Dolores, fuja querida.
Dolores parecia meia quieta e boba demais, medrosa, mas naquele momento ela disse com uma firmeza que desconheci:
- Nunca a abandonarei senhora, e por sua vida, eu darei a minha.
Naquele momento eu conheci duas mulheres, boas, pacatas e conformadas se transformarem em grandes mulheres, e elas mal tinham começado tudo o que viriam a fazer, juntas como irmãs, unidas pela amizade.
CAPÍTULO III
Nunca mais Raquel tocou no assunto do bebe, em nenhum momento chorou ou lamentou.
Não olhava Helvídio com ódio, mas com asco, com pena e aquilo o atormentava.
Não se passara muito tempo desde o acontecido e em uma tarde Helvídio atacou Dolores novamente, ela se calou porque ouvira Raquel dizer:
- “O conformado pode agir melhor que aquele muito luta.”
De fato, Raquel não soube do acontecido, mas após seis meses de machucar Dolores e ela se calar Helvídio a deixou em paz.
Na verdade, ele era muito ruim, queria vê-la gritar e chorar, quando não mais conseguiu, resolveu deixá-la.
Raquel ainda era obrigada a visitar o marido em certas noites, e ela fazia como se isto não a abalasse. Mas quando voltava a seu quarto, tínhamos que nos banhar, ela vomitava como se houvesse dormido com um camelo.
Logo Raquel pode se libertar, Helvídio viajou à Macedônia para cuidar dos negócios do irmão mais velho que adoecera, e ela pudera fazer o que realmente desejava.
Sua condição não a ajudava muito, já que no ventre levava um pequenino.
Mas, naquele dia soubera que o Messias por lá passaria e discursaria na
mesma montanha.
Ouvira Jesus uma única vez, mas parecia ter ouvido muitas, já que revivia suas palavras desde aquela primeira vez.
As pessoas já se aglomeravam, uma verdadeira multidão, leprosos vinham em grupos buscar na palavra de Jesus, os pedaços que lhes faltavam na alma.
Ela já estava lá, acomodou-se com dificuldade e logo ele foi chegando acompanhado de seus apóstolos.
Um homem disse:
- Como saberei se é o Messias?
- É, como vamos saber? gritou o outro.
Jesus ouviu, não gritou, nem rude foi, disse apenas:
- “Aqueles que crêem em mim, sabem que eu sou. Sou o filho de Deus.”
Jesus passou por ela e em seus olhos ainda dizia:
- Olhai as misérias ao vosso lado.
Raquel nunca mais se esqueceu daquele dia, levara Dolores para também ouvir.
Naquele dia ela levou boa parte de suas jóias e trocou com comerciantes pelas especiarias e pelo pão e pela água.
Levou com a ajuda de alguns escravos e amigos aos leprosos, levou panos, comida e carinho.
De longe aqueles olhos abençoaram aquela que nascera para amar, como Jesus.
Certa tarde, ela começou suar, as contrações aumentaram e ela chamou pela mãe.
Eu fui rápido a casa do senhor Enéro e os chamei.
Lavínia veio com Enéro e com alegria a criança veio ao mundo.
Era homem e seu nome seria Enério em homenagem ao pai.
Raquel tinha alegria nos olhos e não se sentia só.
Helvídio chegou na manhã seguinte, trouxe com ele uma escrava para lhe satisfazer os desejos, embora sua barriga revelasse sua condição.
Ouvira Jesus uma única vez, mas parecia ter ouvido muitas, já que revivia suas palavras desde aquela primeira vez.
As pessoas já se aglomeravam, uma verdadeira multidão, leprosos vinham em grupos buscar na palavra de Jesus, os pedaços que lhes faltavam na alma.
Ela já estava lá, acomodou-se com dificuldade e logo ele foi chegando acompanhado de seus apóstolos.
Um homem disse:
- Como saberei se é o Messias?
- É, como vamos saber? gritou o outro.
Jesus ouviu, não gritou, nem rude foi, disse apenas:
- “Aqueles que crêem em mim, sabem que eu sou. Sou o filho de Deus.”
Jesus passou por ela e em seus olhos ainda dizia:
- Olhai as misérias ao vosso lado.
Raquel nunca mais se esqueceu daquele dia, levara Dolores para também ouvir.
Naquele dia ela levou boa parte de suas jóias e trocou com comerciantes pelas especiarias e pelo pão e pela água.
Levou com a ajuda de alguns escravos e amigos aos leprosos, levou panos, comida e carinho.
De longe aqueles olhos abençoaram aquela que nascera para amar, como Jesus.
Certa tarde, ela começou suar, as contrações aumentaram e ela chamou pela mãe.
Eu fui rápido a casa do senhor Enéro e os chamei.
Lavínia veio com Enéro e com alegria a criança veio ao mundo.
Era homem e seu nome seria Enério em homenagem ao pai.
Raquel tinha alegria nos olhos e não se sentia só.
Helvídio chegou na manhã seguinte, trouxe com ele uma escrava para lhe satisfazer os desejos, embora sua barriga revelasse sua condição.
Beijou o filho com alegria e talvez naquele dia Raquel se lembrasse
daquele que ele matara.
Mas o problema apenas começara.
No jantar Helvídio anunciou que levaria o filho com ele.
- Vou levar Enério comigo e cuidarei de sua educação por lá.
- Não pode fazer isso, é um bebê, tem horas de vida, precisa da mãe.
- Não me contrarie Raquel, disse ele virando a mesa e toda a comida por cima de Raquel.
Lembro-me que eu, Eva e Dolores tivemos que segurá-la enquanto ele lhe arrancava a criança dos braços.
Enério se foi e por três meses ficou entre a vida e a morte, a tal escrava cuidou dele como pode, depois fugiu das malvadezas de Helvídio.
Desta forma Helvídio passou a vir quase sempre para casa, mas não trazia a criança.
- Onde está meu filho?
- Bem Raquel. Não me atormente.
Para ela foi difícil conformar-se, mas se separara definitivamente da criança.
Pouco tempo se passou e Raquel novamente receberia um filho.
- Míriam, não quero que levem meu bebê de novo.
Eu tentava ajudá-la, mas eu também temia.
- Acalme-se Raquel, tudo vai dar certo..
Foi então que certo dia Helvídio perguntou qual seria o nome da criança.
Raquel pensou em um nome belo e resolveu chamá-lo de José. Mas nada disse.
Calou-se por meses até a hora do nascimento
Ela o chamou, de José, pai de Jesus
- De que ela o chama
- De José Pai de Jesus. O Messias disse eu
- Malditos sejam vocês cristãos, berrou ele, lembro-me que tentou arrancar a criança de seus braços, mas não conseguira, Lavínia tentou contê-lo.
- Vou matá-la
- Mate. Disse ela. Ele sempre será para mim a bondade, seja lá o nome que tiver, será bom e humilde como Jesus.
Naquele dia eu chorei. Quando Lavínia foi embora ele pediu que cuidássemos do bebê José. E três dias depois jurou expulsar o Messias.
-Tentou e conseguiu por um tempo, mas Jesus sempre vinha ao encontro dos necessitados.
Ele saiu naquele dia e falar com o faraó Enéro.
- Raquel passou dos limites, colocou o nome de um desses em nosso filho, parece que a criança está contaminada.
Mas o problema apenas começara.
No jantar Helvídio anunciou que levaria o filho com ele.
- Vou levar Enério comigo e cuidarei de sua educação por lá.
- Não pode fazer isso, é um bebê, tem horas de vida, precisa da mãe.
- Não me contrarie Raquel, disse ele virando a mesa e toda a comida por cima de Raquel.
Lembro-me que eu, Eva e Dolores tivemos que segurá-la enquanto ele lhe arrancava a criança dos braços.
Enério se foi e por três meses ficou entre a vida e a morte, a tal escrava cuidou dele como pode, depois fugiu das malvadezas de Helvídio.
Desta forma Helvídio passou a vir quase sempre para casa, mas não trazia a criança.
- Onde está meu filho?
- Bem Raquel. Não me atormente.
Para ela foi difícil conformar-se, mas se separara definitivamente da criança.
Pouco tempo se passou e Raquel novamente receberia um filho.
- Míriam, não quero que levem meu bebê de novo.
Eu tentava ajudá-la, mas eu também temia.
- Acalme-se Raquel, tudo vai dar certo..
Foi então que certo dia Helvídio perguntou qual seria o nome da criança.
Raquel pensou em um nome belo e resolveu chamá-lo de José. Mas nada disse.
Calou-se por meses até a hora do nascimento
Ela o chamou, de José, pai de Jesus
- De que ela o chama
- De José Pai de Jesus. O Messias disse eu
- Malditos sejam vocês cristãos, berrou ele, lembro-me que tentou arrancar a criança de seus braços, mas não conseguira, Lavínia tentou contê-lo.
- Vou matá-la
- Mate. Disse ela. Ele sempre será para mim a bondade, seja lá o nome que tiver, será bom e humilde como Jesus.
Naquele dia eu chorei. Quando Lavínia foi embora ele pediu que cuidássemos do bebê José. E três dias depois jurou expulsar o Messias.
-Tentou e conseguiu por um tempo, mas Jesus sempre vinha ao encontro dos necessitados.
Ele saiu naquele dia e falar com o faraó Enéro.
- Raquel passou dos limites, colocou o nome de um desses em nosso filho, parece que a criança está contaminada.
- E deve estar, esteve no ventre dela todo esse tempo, temo que Raquel
também e eu tentei impedir, mas acho que ela nunca esteve com essa massa de
pobres.
- São monoteistas, acreditam no tal Jesus.
- Tome uma decisão. És o marido, faça o que deverá ser feito.
Lembro-me que ela olhava pela janela com seu bebê no colo quando ele entrou.
- Levem a criança para dormir.
Ele a amarrou na cama e fechou todo o quarto com madeira. O quarto transformou-se em um lugar de tortura, pregos pelo chão, como seu pai havia feito, e erva picante para que não mais pronunciasse o nome do Messias.
Helvídio ia e vinha da Macedônia e pegara aversão pela criança.
Raquel continuava presa e sofrendo somente por acreditar em Jesus.
Por muitas vezes eu queria mudar as coisas, mas Raquel era uma moça sofrida e além da mãe, nem o pai a queria bem.
Por muitos dias Raquel ficou presa no quarto, eu levava o bebê José ao seu encontro, sempre às escondidas e ela apesar da dor que sentia me dizia:
- Míriam, sou tão feliz por ter meu filho em meus braços.
Na verdade Helvídio não soubera de Jesus antes do bebê e eu perguntei a Raquel:
- Criança porque revelaste sua adoração por Jesus de Nazaré.
Naquele momento Raquel parecia levitar, ela me olhou com carinho e amor e me disse:
- Boa Míriam, só se separando do meu marido ele deixaria meu filho aqui.
Ela separara pai e filho e juntou seu ideal junto a bondade de Jesus e mesmo machucada e sofrida, sabia que seu filho José estava ali.
Raquel fez com que eu muitas vezes pensasse em segui-la, mas nunca tive a coragem dela.
O quarto continuava trancado, escuro com as janelas lacradas por madeira, ao fim de vinte dias, Helvídio voltou para cada e me disse:
- Escrava, tire Raquel do castigo. Já basta creio eu.
Naquela tarde tirei Raquel do quarto, Eva lhe deu um banho, mas as feridas lhe consumiam o corpo. Estava abatida, mas não chorava.
Deitamos Raquel em seu novo quarto, lá lhe demos pão e vinho, cortamos seu cabelo e lhe demos carinho.
- Fuja disse eu, como um desabafo.
- São monoteistas, acreditam no tal Jesus.
- Tome uma decisão. És o marido, faça o que deverá ser feito.
Lembro-me que ela olhava pela janela com seu bebê no colo quando ele entrou.
- Levem a criança para dormir.
Ele a amarrou na cama e fechou todo o quarto com madeira. O quarto transformou-se em um lugar de tortura, pregos pelo chão, como seu pai havia feito, e erva picante para que não mais pronunciasse o nome do Messias.
Helvídio ia e vinha da Macedônia e pegara aversão pela criança.
Raquel continuava presa e sofrendo somente por acreditar em Jesus.
Por muitas vezes eu queria mudar as coisas, mas Raquel era uma moça sofrida e além da mãe, nem o pai a queria bem.
Por muitos dias Raquel ficou presa no quarto, eu levava o bebê José ao seu encontro, sempre às escondidas e ela apesar da dor que sentia me dizia:
- Míriam, sou tão feliz por ter meu filho em meus braços.
Na verdade Helvídio não soubera de Jesus antes do bebê e eu perguntei a Raquel:
- Criança porque revelaste sua adoração por Jesus de Nazaré.
Naquele momento Raquel parecia levitar, ela me olhou com carinho e amor e me disse:
- Boa Míriam, só se separando do meu marido ele deixaria meu filho aqui.
Ela separara pai e filho e juntou seu ideal junto a bondade de Jesus e mesmo machucada e sofrida, sabia que seu filho José estava ali.
Raquel fez com que eu muitas vezes pensasse em segui-la, mas nunca tive a coragem dela.
O quarto continuava trancado, escuro com as janelas lacradas por madeira, ao fim de vinte dias, Helvídio voltou para cada e me disse:
- Escrava, tire Raquel do castigo. Já basta creio eu.
Naquela tarde tirei Raquel do quarto, Eva lhe deu um banho, mas as feridas lhe consumiam o corpo. Estava abatida, mas não chorava.
Deitamos Raquel em seu novo quarto, lá lhe demos pão e vinho, cortamos seu cabelo e lhe demos carinho.
- Fuja disse eu, como um desabafo.
- Criança Raquel não merece tal castigo, disse Eva, a crueldade com que
é tratada. Lembro-me que Dolores pensava o mesmo, mas Raquel sorriu e nada
disse. Ela parecia não sentir dor, nem parecia ser humana.
Helvídio comentava sobre a pena que a condenara, recebeu Raquel no café e conversou pouco, se referindo a ela como, minha mulher.
Confesso que Helvídio não considerava nada cruel o que fizera, agia como se fosse normal tal violência no casamento.
Lembro-me que naquele dia em nossa casa chegaram alguns escravos, Helvídio escolhera as belas e alguns homens.
Raquel sentada ao seu lado assistia a dança das escravas e o toque dos escravos, os homens tocavam flauta.
Os dias que se seguiram não foram diferentes, Raquel parecia temer o marido e pouco falava.
Eu e Dolores fomos até as margens do Nilo em busca de especiarias, naquele dia Raquel resolveu sair conosco.
Andamos pelo comércio e a venda de escravos prevalecia como fonte de ouro.
Raquel seguia carregada em sua cadeira quando parou a frente de um escravo e perguntou ao comerciante:
- Quanto me custará?
- Pouco para a senhora, leve esse, disse o homem apontando para outro.
- Quero este. Disse ela dando as moedas.
- Basta ?
- Sim senhora, basta. Pagaste bem pelo escravo.
- Raquel mandou que tirassem as correntes que prendiam o escravo e disse:
- Vamos para sua nova casa.
Hermes chegou a casa grande de repente, chegou como escravo, mas para nós nunca fora um.
Era um moço jovem, contava uns 20 ou 23 anos, tinha um porte robusto, e aquilo talvez fez com que Helvídio sentisse ódio do rapaz.
Mas seu ódio não vingara, não tinha razão de ser, pois Raquel nunca conversara com Hermes.
Eu percebia que Raquel estava sendo o que sempre acreditei que seria, ou seja a mulher pacata que obedecia o marido com ardor.
Certa manhã Helvídio deixara a casa e partira para a Macedônia.
Pensei eu que Raquel nada faria, mas ela me perguntou:
- Quando virá O Messias?
- Está na Galiléia senhora, disse Hermes.
- Na Galiléia? Falará lá?
Helvídio comentava sobre a pena que a condenara, recebeu Raquel no café e conversou pouco, se referindo a ela como, minha mulher.
Confesso que Helvídio não considerava nada cruel o que fizera, agia como se fosse normal tal violência no casamento.
Lembro-me que naquele dia em nossa casa chegaram alguns escravos, Helvídio escolhera as belas e alguns homens.
Raquel sentada ao seu lado assistia a dança das escravas e o toque dos escravos, os homens tocavam flauta.
Os dias que se seguiram não foram diferentes, Raquel parecia temer o marido e pouco falava.
Eu e Dolores fomos até as margens do Nilo em busca de especiarias, naquele dia Raquel resolveu sair conosco.
Andamos pelo comércio e a venda de escravos prevalecia como fonte de ouro.
Raquel seguia carregada em sua cadeira quando parou a frente de um escravo e perguntou ao comerciante:
- Quanto me custará?
- Pouco para a senhora, leve esse, disse o homem apontando para outro.
- Quero este. Disse ela dando as moedas.
- Basta ?
- Sim senhora, basta. Pagaste bem pelo escravo.
- Raquel mandou que tirassem as correntes que prendiam o escravo e disse:
- Vamos para sua nova casa.
Hermes chegou a casa grande de repente, chegou como escravo, mas para nós nunca fora um.
Era um moço jovem, contava uns 20 ou 23 anos, tinha um porte robusto, e aquilo talvez fez com que Helvídio sentisse ódio do rapaz.
Mas seu ódio não vingara, não tinha razão de ser, pois Raquel nunca conversara com Hermes.
Eu percebia que Raquel estava sendo o que sempre acreditei que seria, ou seja a mulher pacata que obedecia o marido com ardor.
Certa manhã Helvídio deixara a casa e partira para a Macedônia.
Pensei eu que Raquel nada faria, mas ela me perguntou:
- Quando virá O Messias?
- Está na Galiléia senhora, disse Hermes.
- Na Galiléia? Falará lá?
- Sim, senhora Raquel.
- Eu quero ir até ele com o meu filho.
- O que pensa fazer senhora? Disse Dolores.
- Quero acompanhá-lo enquanto Helvídio estiver ausente.
Confesso que fiquei com medo, mas Hermes a ajudou e até nos levou até o bom Nazareno.
CAPÍTULO IV
Viajamos com o forte calor e com um bebê nos braços.
Chegando à Galiléia as multidões já se faziam presente e o bom Jesus já começara a falar.
- “Que venham até mim aqueles que a fé carregam, eu vos darei o refúgio”.
Naquele momento parecia tudo que Raquel precisava, passara dor e tristeza, ela necessitava de refúgio.
E assim seguimos o Nazareno por muitos dias, resolvemos voltar quando já se aproximava a chegada de Helvídio, mas para nós aquilo fora alegria.
Helvídio chegou e nada soube e por muito tempo assim fizemos.
Enério deveria contar com 10 anos e fazia esse tempo que Raquel não via o filho.
Nunca me esquecerei do dia que Helvídio chegou com Enério, trazia um amigo.
Os olhos de Raquel brilharam, mas a criança mal a olhou, nem mesmo lhe estendeu a mão.
Ela ficou olhando, mas em momento algum ele a olhou.
Ele sentou-se e comeu, na mesa Helvídio comentava com o tal companheiro:
- Esse Jesus nos coloca em má situação.
- É um coitado Helvídio
- Engana-se disse o menino Enério.
Raquel pensou que o filho lhe falaria do bom Jesus com carinho, da humildade.
- Deve ser caçado, disse o menino, anda com essa legião de leprosos pelo nosso solo.
Naquele instante Raquel empalideceu, não conhecia o próprio filho, fora criado à imagem do pai.
Ainda naquele dia Raquel me olhou com carinho e disse:
- Eu quero ir até ele com o meu filho.
- O que pensa fazer senhora? Disse Dolores.
- Quero acompanhá-lo enquanto Helvídio estiver ausente.
Confesso que fiquei com medo, mas Hermes a ajudou e até nos levou até o bom Nazareno.
CAPÍTULO IV
Viajamos com o forte calor e com um bebê nos braços.
Chegando à Galiléia as multidões já se faziam presente e o bom Jesus já começara a falar.
- “Que venham até mim aqueles que a fé carregam, eu vos darei o refúgio”.
Naquele momento parecia tudo que Raquel precisava, passara dor e tristeza, ela necessitava de refúgio.
E assim seguimos o Nazareno por muitos dias, resolvemos voltar quando já se aproximava a chegada de Helvídio, mas para nós aquilo fora alegria.
Helvídio chegou e nada soube e por muito tempo assim fizemos.
Enério deveria contar com 10 anos e fazia esse tempo que Raquel não via o filho.
Nunca me esquecerei do dia que Helvídio chegou com Enério, trazia um amigo.
Os olhos de Raquel brilharam, mas a criança mal a olhou, nem mesmo lhe estendeu a mão.
Ela ficou olhando, mas em momento algum ele a olhou.
Ele sentou-se e comeu, na mesa Helvídio comentava com o tal companheiro:
- Esse Jesus nos coloca em má situação.
- É um coitado Helvídio
- Engana-se disse o menino Enério.
Raquel pensou que o filho lhe falaria do bom Jesus com carinho, da humildade.
- Deve ser caçado, disse o menino, anda com essa legião de leprosos pelo nosso solo.
Naquele instante Raquel empalideceu, não conhecia o próprio filho, fora criado à imagem do pai.
Ainda naquele dia Raquel me olhou com carinho e disse:
- Ele matou meu filho.
Notei que ela falava da pureza de uma criança, da inocência.
- Criança impura. Disse ela.
Senti que Raquel mudara, os olhos tristes assumiram força, parecia mudada, fortalecida.
- Vou-me com Jesus, disse ela . Eu, Dolores e José
Lembro-me do dia que Raquel deixou a casa, nada levou, nem uma peça do seu vestuário, nem mesmo as jóias.
- Boa Míriam lhe confio minha casa. E a você Eva lhe confio Míriam.
Eu não teria coragem de pedir que ela ficasse, vivendo com tanto sofrimento.
Ela pegou o pequeno nos braços e junto a Dolores deixaram a casa.
Temi o seria de mim, pensei em voltar para a casa do Faraó Enero, mas não, alguém tinha que contar à Helvídio.
Raquel se despediu de Lavínia, e se foi abençoada pela mãe.
Antes ela vendeu tudo que tinha, jóias, propriedades em seu nome e libertou seus escravos.
Libertou a mim e a Eva, mas se eu não ficasse ali, para onde eu iria?
O sol castigava e Raquel junto com Dolores seguiram por cidades distantes. Ouviam ao Messias e caminhavam propagando a palavra divina
Raquel só parou quando chegaram junto a um pequeno povoado e ali se encontrou.
Era manhã, alguém chegou e disse:
- Raquel nos falta pão.
- Raquel deu moedas para que comprassem o pão e assim fizeram.
Neste pequeno povoado Raquel se instalou, ela ensinava coisas as crianças e as pessoas. Dolores era amiga e também passava os ensinamentos e a palavra do Messias.
Ficavam por alguns meses e depois alguém de bom coração lhes tomava o lugar e ela ia para outras regiões.
Raquel seguia o mesmo caminho de Jesus, ficavam sempre em povoados próximos onde o Messias deveria passar, levou luz onde não havia e por meses esteve acompanhando e ouvindo ao Messias.
CAPÍTULO V
Quando Helvídio soube da fuga pediu que a caçassem, foi falar com o Faraó Enéro e este lavou as mãos dizendo:
- Minha filha morreu, a que estás procurando é sua esposa, portanto faça como achar melhor.
- Eu vou matá-la com minhas próprias mãos Enéro, eu preciso me vingar.
Notei que ela falava da pureza de uma criança, da inocência.
- Criança impura. Disse ela.
Senti que Raquel mudara, os olhos tristes assumiram força, parecia mudada, fortalecida.
- Vou-me com Jesus, disse ela . Eu, Dolores e José
Lembro-me do dia que Raquel deixou a casa, nada levou, nem uma peça do seu vestuário, nem mesmo as jóias.
- Boa Míriam lhe confio minha casa. E a você Eva lhe confio Míriam.
Eu não teria coragem de pedir que ela ficasse, vivendo com tanto sofrimento.
Ela pegou o pequeno nos braços e junto a Dolores deixaram a casa.
Temi o seria de mim, pensei em voltar para a casa do Faraó Enero, mas não, alguém tinha que contar à Helvídio.
Raquel se despediu de Lavínia, e se foi abençoada pela mãe.
Antes ela vendeu tudo que tinha, jóias, propriedades em seu nome e libertou seus escravos.
Libertou a mim e a Eva, mas se eu não ficasse ali, para onde eu iria?
O sol castigava e Raquel junto com Dolores seguiram por cidades distantes. Ouviam ao Messias e caminhavam propagando a palavra divina
Raquel só parou quando chegaram junto a um pequeno povoado e ali se encontrou.
Era manhã, alguém chegou e disse:
- Raquel nos falta pão.
- Raquel deu moedas para que comprassem o pão e assim fizeram.
Neste pequeno povoado Raquel se instalou, ela ensinava coisas as crianças e as pessoas. Dolores era amiga e também passava os ensinamentos e a palavra do Messias.
Ficavam por alguns meses e depois alguém de bom coração lhes tomava o lugar e ela ia para outras regiões.
Raquel seguia o mesmo caminho de Jesus, ficavam sempre em povoados próximos onde o Messias deveria passar, levou luz onde não havia e por meses esteve acompanhando e ouvindo ao Messias.
CAPÍTULO V
Quando Helvídio soube da fuga pediu que a caçassem, foi falar com o Faraó Enéro e este lavou as mãos dizendo:
- Minha filha morreu, a que estás procurando é sua esposa, portanto faça como achar melhor.
- Eu vou matá-la com minhas próprias mãos Enéro, eu preciso me vingar.
- Como eu já disse o problema é seu Helvídio.
Helvídio mandou homens procurarem Raquel, andaram por todas as vilas e vilarejos, ofereceram recompensa, mas ninguém a encontrou. Ela era uma mulher do povo e de Deus.
Algum tempo depois quando estava em outro povoado José adoecera e em dois dias estava a beira da morte. José pela primeira vez parecia chorar.
Neste dia Raquel caminhou para achar o Messias e lhe pedir que curasse a única coisa que carregava em sua vida.
Mas todos já sabiam.
- Jesus foi preso.
- Como preso. Preciso vê-lo, sigo seus passos à anos, não posso crer que o pegaram.
- Judas o traiu e o entregou aos homens.
- Onde está ele ? Diga-me
- Nada podes fazer mulher do povo. Será crucificado.
Naquela noite José deixou o mundo. E eu pela primeira vez soube que Raquel chorara a ponto de enlouquecer. Dizem que Dolores a impediu que também partisse com o filho.
Então naquele dia Raquel voltou e pediu ao pai.
- Por favor meu pai, interceda por Jesus.
Enéro a expulsou e a considerou morta.
Lembro-me do dia que soltaram Barrabás no lugar de Jesus, do dia que aquele que poderia salvá-lo, lavou as mãos diante do povo.
Raquel acompanhou Jesus entre lágrimas e chorou como nunca vi.
Jesus morreu, mas tudo que deixou não. Então pela primeira vez eu soube de um milagre.
Jesus ressuscitara, mas para Raquel ele sempre estivera vivo. Ela e Dolores sofriam, mas continuaram levando a paz a todos que não a tinham.
Vinham sorridentes em busca de felicidade.
Helvídio mandou homens procurarem Raquel, andaram por todas as vilas e vilarejos, ofereceram recompensa, mas ninguém a encontrou. Ela era uma mulher do povo e de Deus.
Algum tempo depois quando estava em outro povoado José adoecera e em dois dias estava a beira da morte. José pela primeira vez parecia chorar.
Neste dia Raquel caminhou para achar o Messias e lhe pedir que curasse a única coisa que carregava em sua vida.
Mas todos já sabiam.
- Jesus foi preso.
- Como preso. Preciso vê-lo, sigo seus passos à anos, não posso crer que o pegaram.
- Judas o traiu e o entregou aos homens.
- Onde está ele ? Diga-me
- Nada podes fazer mulher do povo. Será crucificado.
Naquela noite José deixou o mundo. E eu pela primeira vez soube que Raquel chorara a ponto de enlouquecer. Dizem que Dolores a impediu que também partisse com o filho.
Então naquele dia Raquel voltou e pediu ao pai.
- Por favor meu pai, interceda por Jesus.
Enéro a expulsou e a considerou morta.
Lembro-me do dia que soltaram Barrabás no lugar de Jesus, do dia que aquele que poderia salvá-lo, lavou as mãos diante do povo.
Raquel acompanhou Jesus entre lágrimas e chorou como nunca vi.
Jesus morreu, mas tudo que deixou não. Então pela primeira vez eu soube de um milagre.
Jesus ressuscitara, mas para Raquel ele sempre estivera vivo. Ela e Dolores sofriam, mas continuaram levando a paz a todos que não a tinham.
Vinham sorridentes em busca de felicidade.
Eu soube uma manhã da morte de Dolores, morrera junto aos leprosos com
Raquel ao seu lado.
No mesmo dia o povo contou que Raquel fora ferida, alguém a mando de Helvídio a emboscara.
Ela sempre fora ferida, pelo pai, pelo marido, pela vida. Helvídio a matara ou mandara matar Raquel.
E de fato assim fez.
Mas eu fui a última a ver Raquel entrar por aquela porta como mulher. Era forte, madura e tinha o peso dos anos nas costas. Não era pacata, nem conformada, era uma mulher.
Ela entrou e disse-me
- Míriam, vim para morrer aqui.
Morreu em meus braços, mas na verdade Raquel nunca morreu para aqueles que ajudou e amou.
- E o que foi feito de seu filho Enério?
- Enério tornou-se nobre e malvado, ruim como o pai, tornou-se mal.
Me é triste lembrar.
- E você Míriam? O que fará de sua vida já que é livre?
- Eu? Seguirei os passos de Raquel e tentarei ser como ela.
- Raquel foste pura, de fato estará com Jesus.
- Só peço ao bom amigo que revele sua história a todos que por aqui passar preserve a vida e a história de Raquel.
- Assim será Míriam, lembrar de Raquel será lembrar do bom Jesus.
FIM
No mesmo dia o povo contou que Raquel fora ferida, alguém a mando de Helvídio a emboscara.
Ela sempre fora ferida, pelo pai, pelo marido, pela vida. Helvídio a matara ou mandara matar Raquel.
E de fato assim fez.
Mas eu fui a última a ver Raquel entrar por aquela porta como mulher. Era forte, madura e tinha o peso dos anos nas costas. Não era pacata, nem conformada, era uma mulher.
Ela entrou e disse-me
- Míriam, vim para morrer aqui.
Morreu em meus braços, mas na verdade Raquel nunca morreu para aqueles que ajudou e amou.
- E o que foi feito de seu filho Enério?
- Enério tornou-se nobre e malvado, ruim como o pai, tornou-se mal.
Me é triste lembrar.
- E você Míriam? O que fará de sua vida já que é livre?
- Eu? Seguirei os passos de Raquel e tentarei ser como ela.
- Raquel foste pura, de fato estará com Jesus.
- Só peço ao bom amigo que revele sua história a todos que por aqui passar preserve a vida e a história de Raquel.
- Assim será Míriam, lembrar de Raquel será lembrar do bom Jesus.
FIM
Patricia Cavazzana da Silva
pelo espírito Isabel
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