sábado, 12 de julho de 2008

A MINHA CASA


Não sei dizer quanto tempo se passou até que me dessem autorização para essa busca, também não sei dizer quanto tempo estive procurando e com alegria agora posso dizer que ela chegou ao fim.
- Vá amigo procure uma casa onde você possa abrigar todo o seu povo.
- Agradeci e parti em busca desta casa, eu que nunca tive uma agora preciso encontrar aquela que vai abrigar toda a minha família.
- Conheci muitas casas, em algumas fui até bem aceito, tudo nelas lembravam meu povo as cores, o incenso, as roupas, o misticismo, mas alguma coisa me dizia que não era ali o meu lugar.
- Em outras fui expulso, maltratado me chamavam de demônio ou enviado dele, não guardo mágoas porque trago em meu coração as palavras do mestre e ele me ensinou a perdoar. Encontrei casas em que fui aceito, mas impunham condições, queriam que eu fizesse parte de algo que ia contra meus princípios, então me afastei e continuei procurando.
- Uma luz diferente me trouxe até esta nova casa, na porta havia um guardião, um guerreiro garboso, muito serio.
Cheguei a pensar que seria barrado, mas não foi o que aconteceu, ele me cumprimentou com um movimento da cabeça e abriu a porta para que eu entrasse.
Agradeci e pedi licença para entrar, era uma casa muito humilde, não havia ostentação a diferença estava na luz, era iluminada como o sol nascente.
- Fui entrando naquela casa devagar olhando os detalhes, alguns bancos com pessoas sentadas, passei por elas e me encaminhei para o local que irradiava toda aquela luz, uma imagem de Jesus no centro de um altar, em sua volta pessoas vestidas de branco em oração e ao lado deles entidades diferentes que aos poucos fui conhecendo, eram índios, caboclos, velhos escravos, crianças, boiadeiros, baianos e todos sorriam para mim.

- Seja bem vindo irmão, que a paz de Oxalá ilumine todo o seu povo.

Confesso que faltaram palavras naquele momento, eu que em toda minha vida fui discriminado, perseguido, maltratado era recebido por todos como um irmão, fiquei feliz havia encontrado o que tanto buscava, um lugar de paz onde o meu povo poderia cumprir a sua missão.

- Hoje esta casa é a minha morada e a do meu povo, hoje podemos galgar os degraus da evolução, praticando o amor e a caridade para todos que aqui vierem em busca de auxilio espiritual.

Sou o cigano Michel e minha casa se chama Umbanda.

Gidelson E. da Silva

Um comentário:

Unknown disse...

Que sua alma cante...
Que brilhem seus olhos...
Que sua emoção venha linda...
Que sua vida tenha muita cor,
seja mágica e sempre repleta de
esperança!
SALVE SALVE AMIGO CIGANO E QUERIDO!!!
ESTÁ TUDO PERFEITO!!!SUA PRESENÇA E TUDO EM MINHA VIDA...SALVE SALVE!