terça-feira, 22 de outubro de 2013


A SAGA CIGANA

Imagine um mundo em que as pessoas não tenham endereço fixo, documentos, conta em banco, carteira assinada nem história. E que a vida deles passe despercebida, como se não existisse. Que a única certeza é que nunca faltará preconceito e ignorância, medo e fascínio, injustiças e alegrias ao longo de sua interminável jornada. Bem-vindo ao mundo cigano.
Ou melhor: à imagem que temos dele. O universo cigano é tão antigo e extenso, tão cheio de crenças e histórias que nem mesmo seu próprio povo conhece bem o limite entre verdade e lenda. É que o nome “cigano” designa muitos povos espalhados por quase todas as regiões do mundo. Povos com diferentes cores, crenças, religiões, costumes, rituais, que, por razões às vezes difíceis de compreender, foram abrigados sob esse o imenso guarda-chuva (assim como populações muito diferentes são chamadas de índios).
história dos ciganos é toda baseada em suposições. E a razão é simples: faltam documentos. Os ciganos são um povo sem escrita. Eles nunca deixaram nenhum registro que pudesse explicar suas origens e seus costumes. Suas tradições são transmitidas oralmente, mas nem disso eles fazem muita questão – os ciganos vivem o hoje, não se interessam por nenhum resquício do passado e não se esforçam por se manterem unidos. A dificuldade em se fixar, o conceito quase inexistente de propriedade e a forma com que lidam com a morte – eliminando todos os pertences do falecido – dificultam ainda mais o trabalho aprofundado de pesquisa.
Uma teoria, contudo, é aceita pela maioria dos especialistas. A partir da constatação da semelhança entre as línguas romani (praticada pelos rom, o maior dos grupos ciganos) e hindi (variação do sânscrito, praticada no noroeste da Índia, onde hoje fica o Paquistão), foi possível elucidar a primeira e grande diáspora cigana. Um grande contingente, formado, possivelmente, por uma casta de guerreiros, teria abandonado a Índia no século 11, quando o sultão persa Mahmoud Ghazni invadiu e dominou o norte do país. De lá, emigraram para a Pérsia, onde hoje fica o Irã. A natureza nômade de muitos gruposciganos, entretanto, também permite supor um movimento natural de imigração que tenha chegado à Europa conforme suas cidades se desenvolviam, oferecendo oportunidades de negócios para toda sorte de viajantes e peregrinos.
É provável que, pelo caminho, por volta do século 15, tenham passado pelo Pequeno Egito, uma região do Peloponeso, no interior da Grécia. Pelo menos era de lá que eles diziam vir a quem perguntava a sua origem. Daí o nome gypsy (em inglês), ou gitanos (em espanhol). Mas, antes disso, ainda no século 13, um documento escrito por um patriarca de Constantinopla já advertia sobre a presença dos adingánous, um povo errante que, dizia, ensinava coisas diabólicas. O registro é o primeiro a tratar os ciganos de forma pejorativa e a registrar o medo que as cidades européias sentiam de suas caravanas. Era o começo da sina cigana.
“Desde o início do contato com o Ocidente, eles foram causa de conflitos, provocadores de desordem e subversivos ao sistema. E sofreram todo tipo de perseguições religiosa, cultural, política e racial”, diz Aluízio Azevedo, mestre em história cigana pela Universidade Federal de Mato Grosso e ele mesmo um cigano calon (veja no quadro ao lado os principais grupos ciganos). É difícil saber o que veio primeiro: hábitos pouco ortodoxos ou o preconceito em relação a uma cultura tão diferente. Os ciganos tinham a pele escura, muitos filhos, uma língua indecifrável e origem desconhecida. Talvez a falta de oportunidades de emprego tenha sido a causa do seu destino artístico. Eram enxotados e então se mudavam, levando novidades dos lugares de onde vinham. Assim, surgiu a fama de mágicos, feiticeiros. Se todos acreditavam nisso, por que não aproveitar para fazer dinheiro? E, então, as mulheres passaram a ler as mãos, a prever o futuro. Negociar objetos era outra forma de sobrevivência: os ciganos tinham acesso a mercadorias “exóticas” e podiam levar sua tralha para onde quer que fossem.
Os bandos que chegavam ao continente europeu eram liderados por falsos condes, duques ou outros títulos de nobreza. Observando os peregrinos europeus, que entravam e saíam facilmente das cidades, copiaram a idéia de salvo-conduto – uma espécie de pai do passaporte. Os ciganos inventavam que seus documentos haviam sido expedidos por Sigismundo, rei da Hungria. Justificavam a vida nômade dizendo que bispos os haviam condenado a peregrinar durante 7 anos como penitência pelo abandono da fé cristã. Alguns dos salvos-condutos permitiam até que furtassem quem não lhes desse esmolas. Uma tática para aumentar a chance de ser aceitos nas comunidades, fazer negócios e exibir seus dons artísticos. Até que a farsa acabava e eles pulavam novamente para outra cidade.
Durante a Reconquista Cristã de 1492, na península Ibérica, árabes, judeus e ciganos foram expulsos – muitos deles vieram para as Américas. Um século mais tarde, eram varridos da França, por Luís 12, e da Inglaterra, por Henrique 8o. Logo depois, a rainha Elisabeth 1a decretou que ser cigano era crime punido com morte. Uma das lendas que surgiram nessa época, e que até hoje perdura, é a de que um dos ferreiros que fizeram os pregos que prenderam Jesus na cruz era cigano. Por isso, sua gente teria sido amaldiçoada com uma vida nômade. E dessa forma construiu-se a imagem de povo errante, místico, perigoso e contraventor. Assim, no contato com as imagens construídas e alimentadas no Ocidente, foi criado o conceito de um povo cigano.
E o que é ser cigano?
Definir a identidade cigana é bem mais difícil do que parece. Subdivididos em 3 principais etnias (rom, calon e sinti), eles não constituem um povo homogêneo. Nem todos são nômades. Nem todos falam romani. Nem todos dançam ao redor de fogueiras ou usam roupas coloridas. Podem ser pobres ou ricos. Podem ser cristãos, muçulmanos, judeus. O que faz deles um povo é uma sensação comum de não serem gadgés – como eles chamam os não-ciganos – e de se identificarem como rom, calon ou sinti. “O termo ‘cigano’ só funciona nessa oposição”, diz o pesquisador Frans Moonen, autor do livro Anticiganismo – Os Ciganos na Europa e no Brasil.
Mas, apesar de todas as divergências, algumas características permitem traçar um perfil comum a esses grupos. A primeira delas é o espírito viajante. Ainda que nem todos sejam nômades, os ciganos não se sentem pertencentes a um único lugar. Não criam raízes, não têm uma noção concreta de propriedade – estão sempre fazendo negócios com seus pertences, preferencialmente em ouro, que não perde valor e é aceito em qualquer nação (por isso a imagem cigana é vinculada ao uso do ouro como adereço, especialmente nos dentes das mulheres). Eles não gostam de se submeter a leis e a regras que não sejam as deles. Prezam, acima de tudo, a liberdade. Assim, podem até se estabelecer por muito tempo em um mesmo lugar (como é comum entre os sinti). Mas, nesse caso, procuram morar em uma mesma rua ou, de preferência, em acampamentos onde possam preservar sua autonomia e manter a unidade familiar – outro aspecto primordial na vida cigana.
É em torno da família que uma comunidade cigana se organiza. Há um líder, sempre um homem, nomeado por mérito e não por herança. Ele é escolhido levando em conta vários aspectos. Um deles, importantíssimo para conseguir alugar um terreno, montar um circo ou participar de feiras, é ter um documento de identidade, o que se tornou um verdadeiro desafio – o cigano não consegue registrar o nascimento dos filhos porque não possui documentos próprios, em um processo sem fim. Também deve ser um bom interlocutor entre o poder público e seu grupo, além de ter habilidade para resolver os problemas internos do acampamento. É ele quem dita as regras, divide as tarefas, cria as leis do grupo.
A sociedade cigana é patriarcal, quase machista. Ao se casar, o homem vira o responsável pelo sustento do lar. A mulher passa a morar com a família do marido e deve cuidar dele, dos sogros, da casa e dos filhos. Isso costuma acontecer cedo, ainda na adolescência: logo após a primeira menstruação, a menina já é considerada apta para casar e ter filhos. A noiva deve ser virgem. Tradicionalmente, sua pureza é comprovada em um dos rituais da longa festa de casamento, em que o lençol da noite de núpcias é exibido para toda a comunidade. Antigamente, os pais do noivo deviam pagar um dote à família da moça, mas esse hábito já não existe mais na maior parte dos acampamentos.
O casamento entre primos, no entanto, continua sendo estimulado, também na tentativa de preservar o núcleo familiar. É natural que em comunidades nômades seja mais difícil acontecer um casamento entre ciganos e gadgés. Mas é possível e permitido. Nesse caso, o homem ou a mulher deve mudar de vida. Ser cigano não depende do sangue – se o gadgé optar por se integrar ao grupo, automaticamente vira um deles.
À medida que se estabeleceram na Europa e nas Américas, os ciganos assimilaram cerimônias e ritos ocidentais. No Brasil, por exemplo, o catolicismo foi adotado pela maioria (é comum encontrar imagens da Nossa Senhora Aparecida nas barracas). Mas algumas tradições permanecem fortes. A simbologia da morte é a principal delas. “Quando um cigano morre, há um processo de morte que se instala em todos os indivíduos do grupo”, afirma Aluízio. Os calon realizam rituais de cura assim que é diagnosticada a doença. Além de aceitar a medicina tradicional, eles recorrem a rezas, correntes de orações, garrafadas de ervas, chás e simpatias, geralmente ministradas por uma curandeira do grupo.
Durante o velório, o morto é o centro do ritual e, dependendo da posição que ele ocupava, a família se reestrutura: uma nova liderança terá que ser eleita. O corpo do falecido é lavado, untado com ervas aromáticas e vestido adequadamente. Esse momento de sofrimento e cumplicidade é importante para a identidade do grupo. Como em outras culturas, percebe-se a possibilidade de transcendência. No caso dos ciganos, esse é o momento de encontrar a sua alma naturalmente viajante.
Em alguns acampamentos, eliminam-se todos os pertences do morto. Até o seu trailer chega a ser queimado. “É como um corte na história. Nada é guardado, não se resgata o passado”, diz Florencia Ferrari, estudiosa do assunto e autora do livro Palavra Cigana. Depois da morte de um membro, muitos grupos ciganos se mudam para outro acampamento.
Os ciganos hoje
Imagina-se que existam 15 milhões de ciganos espalhados pelo mundo. Como tudo relacionado a esse universo, essa é só uma estimativa – eles vivem à margem da sociedade e não costumam participar de pesquisas de censo demográfico.
E isso, por si só, já é uma polêmica. Em maio deste ano, o premiê italiano, Silvio Berlusconi, autorizou que fosse feito um censo especial para mapear a presença de ciganos sem moradia fixa na periferia das grandes cidades italianas. O censo incluiria dados como etnia, religião e impressão digital – que não são exigidos na identidade dos italianos. Os ciganos saíram às ruas em protesto, argumentando que essa seria uma ferramenta racista e discriminatória.
A medida foi considerada ilegal pelo Parlamento Europeu, já que impõe exigências desiguais a cidadãos do bloco. Mas os ciganos continuam com medo de ser expulsos do país, ainda que um terço dessa população não seja nem mesmo imigrante.
O receio é justificável: desde o século 15 os ciganos não têm um momento de folga. Até o século 19, eles foram escravizados na região onde hoje é a Romênia. Durante a 2a Guerra Mundial, foram perseguidos pelos nazistas, sendo, de acordo com alguns historiadores, o povo mais dizimado pelo Holocausto: do 1 milhão de ciganos que vivia na Europa, 500 mil foram assassinados. Muitos dos sobreviventes emigraram para os EUA, daí a lei que impedia sua entrada no estado de Nova Jersey, que só foi abolida nos anos 90.
“Na Europa, em praticamente todos os países, os ciganos são a minoria mais discriminada, muito mais do que os judeus ou os negros”, diz Moonen. E no Brasil não é muito diferente. O primeiro grupo deciganos, de maioria calon, chegou por aqui no século 16, deportados de Portugal. Os rom vieram de forma voluntária a partir da 2a metade do século 19. Naquela época, eram comerciantes ambulantes de escravos, cavalos e artesanatos. Hoje compram e vendem carros, televisores e toalhas. Os mais recentes, às vezes bem pobres, vieram do Leste Europeu após a derrocada da União Soviética. Alguns são sedentários, mas a maioria se mantém na vida itinerante. Todos sofrem com desconfianças e preconceitos.
A cidade de Sousa, no interior da Paraíba, é um caso clássico. Os cerca de 450 ciganos fixados há anos por lá não recebiam entregas de correio nem tinham o lixo coletado em seu acampamento. Curiosamente, muitas escolas recusavam a matrícula de crianças ciganas. O caso ficou bem conhecido na região: foi necessária a intervenção da Procuradoria da República da Paraíba para resolver a questão.
Tanto no Brasil quanto na Europa, o analfabetismo entre os ciganos é alto. Por aqui, segundo a historiadora Isabel Fonseca, 3 em cada 4 mulheres ciganas são analfabetas. Por lá, escolas que só aceitam ciganos têm os piores níveis de qualidade. A falta de estudo e a vida à margem os empurram cada vez mais para a criminalidade, o que alimenta as visões deturpadas e generalizadas que sobrevivem desde os primeiros contatos entre ciganos e europeus. Enquanto não forem compreendidos, eles se mudarão e começarão tudo de novo. Seguirão vivendo sua saga cigana.
“Parece que os ciganos vieram ao mundo somente para ser ladrões: nascem de pais ladrões, criam-se com ladrões, estudam para ser ladrões (...).”
– La Gitanilla, Miguel de Cervantes, 1613.

Iguais, mas diferentes

Quem são os 3 principais grupos ciganos
Rom ou Roma
Predominantes nos países balcânicos, principalmente na Romênia, falam romani, a mais conhecida das línguas ciganas, e são o grupo mais estudado pelos pesquisadores. São divididos em subgrupos: kalderash, matchuaia, curcira, entre outros. Consideram-se os “ciganos autênticos”.
Sinti
Também chamados de manouch, são mais numerosos na Itália, no sul da França e na Alemanha. Falam a lingua sintó, para alguns pesquisadores, uma variação do romani. Não há estudos que apontem a presença significativa desse grupo no Brasil.
Calon ou Kalé
Conhecidos por “ciganos ibéricos”, já que viviam na Espanha e em Portugal antes de se espalhar pelo resto da Europa e da América do Sul. São os criadores do flamenco e responsáveis pela popularização da figura da dançarina cigana. Falam a língua caló e são o grupo mais numeroso do Brasil.

Verdade ou mentira?

A origem das histórias do imaginário cigano
Ciganas lêem a sorte
Amparados pelo mistério que os rodeava, os ciganos perceberam que poderiam utilizar a curiosidade dos povoados sobre o futuro como um modo de fazer negócio e ganhar dinheiro. A crença virou parte da cultura cigana. Hoje, as ciganas lêem até mesmo a sorte de outras mulheres do grupo, mas, nesse caso, sem dinheiro envolvido.
Ciganos roubam crianças
Essa crença pode ter vindo do hábito dos ciganos de circo de incorporar à trupe crianças órfãs ou abandonadas que se encantavam pelo seu estilo de vida. Mas o mais provável é que o medo daquele povo desconhecido o tenha transformado em uma espécie de bicho-papão para os europeus.
Ciganos são negociantes
É possível que sua vida errante tenha favorecido atividades relacionadas ao comércio. Além de terem acesso a objetos “maravilhosos” dos lugares por que passavam, conseguiam carregar a sua forma de sustento numa mala sempre que precisavam levantar acampamento.
Ciganos são trapaceiros
Na Idade Média, aquelas pessoas exóticas e desconhecidos eram vistas como bruxas (muitas foram queimadas durante a Inquisição). A vida à margem da sociedade muitas vezes os empurrava à criminalidade. As outras formas que encontravam para ganhar dinheiro – comércio e leitura de mãos – colocavam à prova sua honestidade. Essa confluência de fatores pode ter criado a imagem do cigano trapaceiro.
Ciganos falsificam ouro
Tradicionalmente, muitos grupos ciganos dominam o trabalho com metais. Algumas etnias carregam isso até no nome, como os kalderash (“caldeireiros”, em romani). No Brasil, os ciganos participaram da exploração de minas de ouro no século 18. Junte-se tudo isso à fama de trapaceiros e fica fácil entender a crença de que eles falsificam metais.
Ciganos honram a palavra
Como são um povo sem escrita, as leis ciganas são regidas com base na palavra dada. O não-cumprimento de uma regra ou de um acordo representa uma grande ofensa à sociedade cigana, e quem o faz é desmoralizado perante o grupo.




A DANÇA CIGANA

Os ciganos adoram dançar. A dança nasce com eles no momento em que abrem os olhos para enfrentar a dura vida de cigano. Desde criança os ciganos ouvem e dançam as seguidillas, a rumba, as alegrias e o flamenco - ritmos e sons tradicionais - produzidos pelas guitarras, violinos, violões, acordeões, címbalos, castanholas, pandeiros, palmas das mãos e batidas dos pés, que aprendem desde cedo com parentes e amigos nas festas da kumpania (acampamento).

Não existem ciganos profissionalizados através da dança cigana e sim aqueles que fazem apresentações apenas para divulgar esse lado tão belo e cheio de magia dessa tradição que a todos fascina.

A dança cigana não é portanto, encarada como um ofício pelos ciganos. Montagens de balé e de óperas (como Carmen, de Bizet) são representadas por profissionais de balé não-ciganos (gadjes). Ciganos não freqüentam academias nem aulas de dança, pois quando dançam, o fazem com a alma, o coração e os movimentos naturais do corpo, sem nenhuma coreografia pré-concebida.

Como diz Niffer Cortez (uma das poucas dançarinas ciganas) "Marcar uma coreografia, para o cigano, é prende-lo; é não dar liberdade para os seus movimentos". Por outro lado, a Bibi Esmeralda (chefe do Grupo Kalemaskê Romae, de Pirituba/SP), é uma Puri (avó) de 65 anos e dança como uma jovem de vinte. Se a colocassem dentro de uma coreografia, com certeza, cortariam grande parte da emoção espontânea e do inestimável encanto que ela nos transmite quando dança com toda a sua desenvoltura, arte e beleza.

A história da dança oriental está intimamente ligada à história dos ciganos. Eles vieram da Índia e emigraram até a Espanha, para a região de Andaluzia.
Tanto o povo cigano como o andaluz eram um orgulhosos por manter suas tradições. Eram muito individualistas e leais à instituição familiar.
Assim nasceu a sociedade do flamenco. Esta palavra "flamenco" designava ciganos, pessoas sem posse de terra, derivado do árabe das palavras "fellahu" e "mengu", que significava "o camponês errante". A sociedade espanhola associava a esta palavra os ciganos, ou o estilo de vida cigana. Tal estilo incluía a arte da música flamenca, a dança e a tourada.

Como os ciganos eram intrusos no país, muitas leis foram feitas contra eles. Entretanto, a inquisição espanhola nunca conseguiu provar nada contra, se tinham uma religião ou não, pois eles eram espertos. A cultura dos ciganos é tida como uma cultura de estranhos e geralmente imagina-se um povo alegre e feliz, mas a música que tocavam entre si era muito trágica, triste e vingativa., pois sua vida real só era manifestada entre eles. Para o mundo de fora, só cantavam músicas alegres, que é o que se esperava realmente. Tinham uma vida difícil e tentavam ganhar dinheiro de todos os modos. Assim, aproveitavam as apresentações de música e de dança por todos os lugares que passavam, levando seus ritmos e músicas que mesclavam-se com os da cultura local. Desta forma, foram trazidos ritmos indianos mesclados com melodias islâmicas para a Andaluzia. Pode-se ouvir a nítida influência árabe na música flamenca, e também na dança, os movimentos de quadril e expressão de fortes sentimentos e emoções, são de natureza árabe.

Os ciganos acreditam que espíritos e entidades os acompanham no dia a dia. Um artista tem que esperar que um ente se aposse dele e inspire-o para que seja capaz de fazer a arte verdadeira. Este sentimento profundo criou o "canto jondo" na Andaluzia, um canto de tristeza profunda, que se contrasta com o "canto flamenco".

O estilo de dança flamenca, com seus movimentos característicos de braços e de tronco, tem uma certa similaridade com a dança clássica persa, como também com a dança moderna da Ásia Central, Enquanto que na dança moderna árabe, os movimentos são centrados na região do ventre e os braços se mantém na altura dos ombros. Na dança flamenca e persa, os movimentos são centrados na região do tórax e é usado o máximo de espaço acima da cabeça para executar os graciosos movimentos de braços e mão.





QUANDO MORRE UM CIGANO

Os ciganos que morriam eram sempre homenageados e enterrados
próximos aos acampamentos.
Aos mortos ciganos exige-se um culto, razão especial do respeito aos seus pares e antepassados, que na ótica de seu povo sempre se manterão ao seu lado, apenas deixando o corpo e permanecendo a alma em defesa e amor aos ciganos.

Tanto que, ao morto cigano, existe a tradição de ser venerado.

Assim, nas datas em que se comemoram o sétimo dia, o quadragésimo dia, seis meses e um ano do falecimento de um cigano, são preparadas comidas em sua homenagem e ele tem o seu lugar reservado à mesa.
Muitos dos antigos, levavam comidas ao cemitério e comiam no local onde se encontrava o antepassado, na lápide. 
E no momento em que estavam comento, ofertavam um dos pratos a algum gadje, como forma de homenageá-lo.

Os tipos de comidas eram: frangos, maçã, mortadela frita e alguns tipos de pães doce.

Não se deixava ossos nem sobras de comida, para que nenhum animal os consumisse.

POMANA significa lembrar, em memória de...

E usamos a palavra TALIERTÔ para referenciar- se in memoriam de algum ente querido e amado.

Atualmente , as cerimônias da pomana são realizadas em casa e dependendo da religião da família, solicita-se missas tanto nas igrejas católicas como nas ortodoxas e outras.

Quanto às comidas, são normalmente feitas nos moldes antigos. Dependendo dos clãs e famílias serão os tipos de comidas a ser oferecidos a alguém, como reverência e ritual.

E quando completar um ano do funeral, é preparada a comida que o familiar falecido mais apreciava e o sue lugar à mesa é preservado, como se ele ali estivesse, comendo e participando daquele momento, com naturalidade, em sua homenagem.

Esse é um momento de grande respeito e amor, que não é possível extrair seus segredos e tradições, por se tratar de um ritual de elevada estima e amor.




Os costumes são encontrados ainda: contudo, o que nos importa é a auto-estima e a admiração aos que se foram do plano da carna e se mantêm em espirito.

Dessa forma, avalia-se com facilidade as dificuldades da união entre os ciganos e os
não ciganos, por causa da inexistencia de um passado especial na vida de cada um.

Todavia, o tempo traz consigo em qualquer classe, povo ou sociedade, o instrumento da variedade de costumes e a tendência natural da mistura entre os povos, grupos e sociedades em geral, devendo-se esperar que a tradição perpetue-se na medida de sua rara beleza e importancia, nos padrões de esforços que o tempo não vence e não venceu até os nossos dias, devendo ser respeitado em toda a sua extensão.

texto extraido do livro
ROM -----UM POVO SEM FRONTEIRAS
autor : NELSON PIRES FILHO

MESTRES CIGANOS ASTRAIS

Ao falar destes Espíritos Amigos, é preciso que primeiramente se diga da estrutura básica do mundo astral. Quando desencarnamos, temos do outro lado um vasto mundo igual ao nosso em toda a sua totalidade. Dependendo do nosso grau de evolução, teremos um período de aprendizado mais ou menos intenso ou doloroso. Continuamos a ter nossas principais características de personalidade e através de sucessivas reencarnações determinadas pelo Pai Eterno, evoluiremos.

Devido ao passar dos tempos, o nosso aprendizado tem cada vez maior aproveitamento. Isto é fator determinante independendo de credo, ou região do globo terrestre. Existem hoje inúmeras Colônias Espirituais, nos mais diferentes graus de aprendizado, em locais também diferentes, como no espaço astral mais adiantado, como nas camadas mais sublimadas, como na crosta terrestre e até nas profundezas da terra.

Explicar este processo se faz preciso, por que falando sobre os Espíritos Ciganos, é preciso que se diga que a base espiritual destes espíritos, é a soma do aprendizado das encarnações que já tiveram, e também que são de uma Colônia Espiritual distinta. Os Espíritos Ciganos são como todos os outros espíritos e também dispõe da liberdade do livre arbítrio. Hoje existe uma discussão muito grande sobre o trabalho destes amigos astrais em linhas não apropriadas para Ciganos, como Umbanda e Candomblé, torno a dizer que o livre arbítrio é dádiva de Deus, e assim sendo podem estes espíritos, entrarem em qualquer linha espiritual que lhe convenha. Os ditos Exu Wladimir, Exu Cigano, Pombagira Cigana, Ciganinha da Estrada, e muitos outros, são espíritos que por vezes assim se apresentam para a melhor identificação de seus médiuns e clientes, trabalhando com o mesmo padrão apresentado e conhecido. A denominação destes espíritos para os próprios pouco importa, se é para fazer o trabalho para o qual se tem permissão de Deus, não irá fazer diferença.
O espírito quase sempre prefere se aproximar de quem tem sintonia astral ou afinidade espiritual, uma vez que estamos também em fase de evolução. Vejo e ouço dizer muitas vezes, que os médiuns em geral nas sessões do Povo de Rua, quando estão na vibração das Pombagiras ou Exus Ciganos, se balançam demais para incorporar, e que nos casos de Espíritos Ciganos de linha pura, a incorporação se dá na mesma proporção que se sente um vento, uma brisa, caracterizando-se muito diferentes.

Isto se dá porque os primeiros estão em fase de evolução e purificação, logo num mesmo ciclo espiritual vívido pelo médium, o espírito conforme o esclarecimento que o médium for tendo, poderá mudar e se apresentar de maneira diferente. Isto vem confirmar o fato da existência destes espíritos, fatos que são negados por muitos que não tem este esclarecimento. 
Os Espíritos Ciganos de outras linhas são espíritos tão ciganos quanto os de linha mais pura, somente ainda não tiveram oportunidade de integrar seu protegido para que os trabalhos sejam feitos numa linha Rômani.
O esclarecimento dado, antes de falar dos amigos espirituais formadores dos Clãs, se dá porque estes amigos que formam os círculos são tão importantes pontos de apoio quanto em qualquer outro ponto, e por vezes alguns deles tem que se apresentar de maneira diferente do que lhes é habitual unicamente com o fito de ajudar, ciganos encarnados ou não ciganos.

Cada Mestre Espiritual tem a sua “Equipe” composta de três sub chefes, e muitos ajudantes numa hierarquia rígida e complexa. Muitos ajudantes que trabalham para alcançar um patamar mais sublimado, são batizados algumas vezes com os nomes dos Mestres, nomes derivados dos nomes, nomes dos Sub Chefes e nomes do Clã de quando viveram encarnados.

Sabemos nós, os nomes dos Mestres mais conhecidos e também o nome dos sub chefes de cada um, assim como a sua correlação astrológica. Sendo que os Clãs mais extensos são o de Wladimir e Manolo.
Os signos estão em ordem, da astrologia cigana, astrologia de caldeus, e astrologia dos mestres.

O Grupo regido pela Cigana Sulamita, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Punhal/Áries/Daga, e seus Sub Chefes são: O Cigano Marlos, e as Ciganas Celina e Guadalupe.

O Grupo regido pela Cigana Carmem, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Corôa/Touro/Galardóm, e seus Sub Chefes são: Os Ciganos Carlos e Mirro e a Cigana Conchita.

O Grupo regido pela Cigana Madalena, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Candeias/Gêmeos/Canilha, e seus Sub Chefes são: As Ciganas Melani e Katrina e o Cigano Ramur.

O Grupo regido pela Cigana Esmeralda, tem a sua correspondência Astrológica com o signos de Roda/Câncer/Ambages, e seus Sub Chefes são: Os Ciganos Tizibor e Zeno e a Cigana Paloma.

O Grupo regido pelo Cigano Juan, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Leão/Estrela/Ertredjá, e seus Sub Chefes são: As Ciganas Nazira e Tamirez e o Cigano Raphael.

O Grupo regido pelo Cigano Artêmio, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Sino/Virgem/Campanjá e seus Sub Chefes são: Os Ciganos Hiago e Boris e a Cigana Ilarim.

O Grupo regido pelo Cigano Wladimir, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Moeda/Libra/Caucha e seus Sub Chefes são: As Ciganas Ísis e Carmencita e o Cigano Gonzalez.

O Grupo regido pelo Cigano Manolo, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Adaga/ Escorpião/Sablé e seus Sub Chefes são: Os Ciganos Pedrowic e Justus e a Cigana Salomé.

O Grupo regido pelo Cigano Sandro, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Machado/Sagitário/ Puzebla e seus Sub Chefes são: As Ciganas Leoni e Zaíra e o Cigano Rámon.

O Grupo regido pela Cigana Natasha, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Ferradura/Capricórnio/Aparejo e seus Sub Chefes são: Os Ciganos Thiago e Júlio e a Cigana Sâmara.

O Grupo regido pela Cigana Yasmim, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Taça/Aquário/Tatjo e seus Sub Chefes são: As Ciganas Ariana e Íris e o Cigano Pablo.



O Grupo regido pelo Cigano Ramiro, tem a sua correspondência Astrológica com o signo de Capelas/Peixes/Templos e seus Sub Chefes são: Os Ciganos Diego e Rodrigues e a Cigana Elizabeth.

Estes grandes amigos são bastante conhecidos e vibram geralmente pelo domínio do Mestre do Clã que pertence, no entanto cada um deles tem as suas próprias especialidades mágicas, e características próprias advindas de sua vida terrena. Temos também outros amigos, sendo impossível citar todos.

Os Ciganos encarnados, os que ainda estão nesta nossa dimensão, costumam fazer o que também chamamos de Roda Cigana, ou mais conhecido como “Avém Vourdakie Rromá” que reúne ao mesmo tempo elementos de ritual e festa, a tradução exata é “Tradicional Roda Cigana”, esse encontro de ciganos é feito para que se faça celebração de algo e obedecem a etapas precisas como se fossem um encontro espiritual, isto porque a espiritualidade esta sempre presente em nossas vidas. 
Por isso A Roda Cigana Espiritual é diferente de outros encontros espirituais, diferente de uma “gira” por exemplo, apesar da semelhança em ter etapas que precisam ser respeitadas.


A “Avém Vourdakie Rromá” Espiritual ou Ânima, tem entre seus preceitos, uma seqüência, todos são de supra importância e por isso todos detalhes devem ser cuidadosamente preparados para que nossos protetores astrais possam estar conosco através da corporificação, com a sua alegria mais pura.


Ramona Torres

segunda-feira, 21 de outubro de 2013


ESPÍRITOS DA UMBANDA - CIGANOS

Iremos tratar neste post, de espíritos nômades, livres, que nunca foram apegados a terra nenhuma, espíritos que, quando encarnados, viajavam ao redor do mundo levando sua cultura, suas tradições, suas magias, etc.

Trata-se de um povo místico que muito encanta os umbandistas e simpatizantes da religião.

Dessa Linha apresentam-se Ciganas e Ciganos dos mais variados nomes e tribos. Esses espíritos que tiveram sua última encarnação, ou uma de suas encarnações, em alguma tribo cigana, encontraram na Umbanda um espaço para cumprir sua missão e continuar seu trabalho. Assim, os ciganos entraram na seara Umbandista para trazer mensagens de paz e esperanças à humanidade.

Essa Linha, conhecida como "Linha Cigana" é também integrante da chamada "Linha Intermediária" ou "Linha Auxiliar" ou seja, podem atuar tando dentro das Linhas tidas como "Direita" como das Linhas tidas como "Esquerda".
Todavia um adendo deve ser feito. Apesar dessa livre transição entre as Linhas, os Ciganos e Ciganas em momento algum são integrantes das Linhas de Exu e Pomba gira. Uma entidade conhecida como Cigana em nada tem haver com outra entidade conhecida como Pomba gira Cigana. Apesar desta também ser cigana, esta entidade está inserida nas falanges de Pomba giras, as quais serão adiante estudadas.

Na direita, podem se manifestar nas sessões dedicadas ao Trabalho do Oriente ou em sessões próprias (como no caso de nossa Tenda).
O Povo Cigano, como também são chamados, são espíritos místicos, muito ligados a magia, vidência, simpatias, etc. Geralmente, utilizam em seus trabalhos as cartas, cristais, incensos, símbolos místicos, etc.
Como a expressão Cigano não representa apenas um grupo, mas sim inúmeras tribos de nômades, cada entidade cigana utiliza-se dos materiais que conhecem, bem como, falam com sotaques das regiões onde normalmente habitavam. Os idiomas comuns a esse povo são: romanês, húngaro, grego, pácrito, marati, punjabi e o espanhol.

Lamentável é ver "médiuns" dizendo estar incorporados, forçando seu sotaque para dizer que seu cigano fala outro idioma. O principal ocorre com o espanhol, o qual as vezes é falado sem nenhum conhecimento, cheio de erros de concordância, e com desrespeito as regras mais básicas, em total amostra de mistificação. Se de fato o espírito que está ali manifestado fala em espanhol, e sente a necessidade de falar esse idioma nos trabalhos, ela falará perfeitamente e não em um "portunhol" ridículo.
Para as giras ciganas, os médiuns geralmente gostam de vestir a roupa que agrada ao espírito, como por exemplo, vestidos coloridos, enfeitados de moedas, etc., lembrando as roupas que usavam quando encarnados. Para os ciganos, geralmente é usado roupas elegantes com faixa na cintura e pano na cabeça.
Logicamente esses adereços são meros agrados que o médium faz aos seus guias Ciganos. Sabemos que espíritos não precisam de roupa específica para realizarem seus trabalhos. Se preciso for, trabalham com roupas brancas e simples, com a mesma força e com o mesmo axé.

O médium Umbandista deve estar atento para não cair na vaidade e dar mais valor para as vestes materiais do que para a autenticidade da manifestação. Infelizmente vemos nos terreiros a fora, muitos "médiuns" com roupas lindas, caras, luxuosas, mas com uma mediunidade fraca ou até inexistente, apenas sendo vítima do animismo ou da própria mistificação. Ao revés, encontramos verdadeiros médiuns com vestes simples e humildes, mas com uma energia muito forte e com entidades sábias.
As giras ciganas são marcadas por grande alegria. Esses espíritos são especialistas na vidência. Ensinam aos filhos de fé e simpatizantes as mais variadas mirongas para o fortalecimento espiritual e para a prosperidade financeira.
Muitos espíritos dessa linha, não gostam dos atabaques, preferindo o som de violinos e até violas. Gostam também de lenços, moedas, frutas, cristais, pós, etc.

Em geral, gostam das cores azuis, branco, amarelo e vermelho. Essas cores podem ser utilizadas em suas oferendas, além de frutas como a maçã e o romã.
Suas oferendas são entregues principalmente nas estradas e campos, as quais geralmente são acompanhadas de vinho, taças, moedas e cigarrilhas.

Como já mencionado acima, ao Povo Cigano pede-se prosperidade, sorte nos negócios, abertura de caminhos, sendo reverenciado sempre por aqueles que dependem da venda e do comércio para a subsistência.

A Linha Cigana possui como padroeira Santa Sara Kali, a qual é considerada como protetora dos roma (ciganos).
Por essa razão é comum os terreiros realizarem festas em homenagem ao Povo Cigano nos dias 24 e 25 de maio, dia de Santa Sara Kali.

Os Ciganos também trabalham em falanges, adotando esses nomes em seus trabalhos, sendo os mais comuns:

- Cigana Sara
- Cigana da Estrada
- Cigana da Rosa
- Cigana Esmeralda
- Cigana Sarita
- Cigana Juanita
- Cigana das Almas
- Cigana Dalila
- Cigana Carmencita
- Cigana da Praia
- Cigana dos Caminhos

- Cigano Pablo
- Cigano Juan
- Cigano Manolo
- Cigano Ernesto
- Cigano Michel
- Cigano Juarez
- Cigano do Amor
- Cigano Guerreiro
- Cigano Ramirez

Entre outras inúmeras falanges.


PONTOS CANTADOS

Os pontos cantados durante a sessão do Povo Cigano retratam sua alegria, sua vida, seus costumes, geralmente fazendo referência a magia e ao misticismo.
Segue abaixo alguns dos pontos cantados para louvar esse linha.

PONTO 01
Ganhei uma barraca velha,
Foi a Cigana quem me deu (2X)
O que é meu é da Cigana!
O que é dela não é meu! (2X)
A Cigana puerê, puerê, puerá...
Ciganinha puerê, puerê, puerá...(2X)

PONTO 02

Se eu colhesse todas as rosas,
Que nascem no mais lindos jardins,
Não teria a magia do perfume que você transmite em mim, Ó Cigana!

Ó Cigana, com sua saia rodada, enfeitada de várias cores,
Trazendo os seus mistérios, que um rainha possui,
Com todos seus esplendores, Ó Cigana! (2X)

PONTO 03

Minha charrete vem andando pela estrada,
Vem trazendo a ciganada,
Pelos campos de Oxalá!

Eu sou Cigano, sou Cigano meio nobre,
Venho trazendo ouro e cobre para quem quiser comprar! (2X)

PONTO 04

Que cheiro de flor do campo,
Que cheiro de alecrim,
Cheiro de Povo Cigano que vem trabalhar aqui! (2X)

PONTO 05

Baila Cigano, Baila!
Baila em cima de ouro!
Santa Sara Kali, está contente em seu tesouro! (2X)

PONTO 06

Ela é Ciganinha,
Da sandalha de pau! (2X)

Quando ela chega no reino,
Faz o bem não faz o mal! (2X)

PONTO 07

Vinha caminhando pela rua,
Quando uma moça bonita eu vi! (2X)

Com sua sandalha de prata,
Sua saia dourada, ela sorriu para mim! (2X)

Eu perguntei a ela,
Aonde fica a sua morada?

Ela respondeu pra mim, assim:
Moro numa estrada sem fim!
Eu moro numa estrada sem fim!

PONTO 08

Mas vejam só, mas vejam só!
Que maravilha é aquela?
Ao som do seu violino a tocar,
É o Cigano que vem trabalhar! (2X)

É um cigano valente
É um cigano guerreiro
Que vem nos ajudar (2x)

Transmitindo paz, alegria e amor,
Você me fascina!
Você me irradia!
És o Cigano do amor!

Ao som do seu violino a tocar!
Vem tirar toda a maldade,
Toda fetiçaria,
Que tem neste lugar!

A lua brilha, a lua brilha!
Sua estrela reluz!
Santa Sara Kali, é quem me conduz!

PONTO 09
Na Lua nova,
Na Lua cheia! (2X)

Eu chamo Cigano da sua aldeia! (2X)

Vem cá Cigano! Vem pra fogueira! (2X)
Quero ver bailar! A noite inteira! (2X)

Com seu pandeiro, seu violino! (2X)
Eu chamo Cigano, ele vem vindo! (2X)

E bate as mãos, e bate os pés(2X)
É um sorriso, Povo Cigano! (2X)

PONTO 10

Numa cabana florestal,
Apareceu uma linda Cigana! (2X)

Vestida toda de ouro,
esperando seu amor chegar!

E de repente, um Cigano surgia!
Com seu violino nas mãos,
Tocando sem parar!
E deu início, para a festa começar!

E a Cigana sorria, com o que ele dizia para o seu coração!
És a luz da minha vida, a estrela que ilumina o meu viver!

Cigana! Baila comigo e faz a roda!
Com seu pandeiro e as castanholas!
Que eu canto pra você! (2X)

PONTO 11

Veja meu destino, ó Cigana!
Quero ser feliz!
Por onde passas, sempre semeia raíz! (2X)

Eu caminhava na estrada, sem saber aonde ir,
Me deparei com uma moça, que firme olhou pra mim!
Com seu vestido de lenço e um baralho na mão!
Me disse que era Cigana e ia ler a minha mão!

Veja meu destino, ó Cigana!
Quero ser feliz!
Por onde passas, sempre semeia raíz! (2X)

Ao ler as linhas cruzadas,
Na palma da minha mão,
Ela mostrou-me o caminho,
Deu-me a sua proteção,
Hoje me encontro feliz, dentro da Religião,
Eu sou um filho de Umbanda e tenho paz no coração!

Veja meu destino, ó Cigana!
Quero ser feliz!
Por onde passas, sempre semeia raíz! (2X)

PONTO 12

Eu sou Cigano do mar da Espanha! (2X)
Minha falange só bate não apanha! (2X)

Meu Deus do céu, porque será?
Minha falange não foi feita pra apanhar? (2X)

PONTO 13

Vinha caminhando a pé, a pé,
Só pra ver se encontrava a minha Cigana de Fé (2X)

Ela parou e leu minha mão,
E disse-me toda a verdade!

E eu, só queria saber onde andava,
A minha Cigana de Fé! (2X)